Brasil, 29 de maio de 2025
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Prefeitura de Itaboraí gasta R$ 2,5 milhões em festa de aniversário

Prefeitura investiu em festas enquanto áreas essenciais enfrentam cortes.

Itaboraí, na Região Metropolitana do Rio de Janeiro, comemorou seus 192 anos com uma festa que custou aos cofres públicos R$ 2,5 milhões apenas em cachês de artistas. O evento, que aconteceu ao longo de cinco noites, mobilizou a cidade, mas trouxe à tona críticas sobre a prioridade dos gastos públicos, especialmente em um contexto onde serviços essenciais como Saúde e Educação apresentam desafios significativos.

Investimentos questionáveis em festas

Em um cenário de festa e celebrações, a prefeitura de Itaboraí não poupou esforços. Segundo informações, foram assinados contratos que totalizam R$ 28 milhões para eventos ao longo de 2025. Isso significa que, somados, os gastos com festas superam os investimentos em áreas essenciais, incluindo Assistência Social e Transportes, deixando a população questionando a razoabilidade dessas despesas.

O prefeito Marcelo Delaroli, que teve uma participação notável ao subir no palco ao lado do cantor Belo, não foi o único a se apresentar. Outros artistas renomados também se apresentaram, mas a alta do investimento gerou descontentamento. A cidade, que possui cerca de 240 mil habitantes, parece ter suas prioridades distorcidas, conforme mostram dados do Índice Firjan de Desenvolvimento Municipal.

Desempenho da cidade entre os municípios

Um estudo recente classificou Itaboraí em 73º lugar entre 92 municípios em termos de desenvolvimento. O Índice Firjan avalia informações sobre Saúde, Educação e Geração de Emprego e Renda, e na avaliação de Educação, a cidade obteve uma nota baixa, posicionando-se na penúltima posição do ranking. Já a Saúde ocupa a 44ª colocação, refletindo a falta de investimentos necessários para atender à população de forma eficaz.

Críticas de especialistas

Victor Accioly, especialista em Direito Administrativo, levanta questões pertinentes sobre a alocação de recursos. “Qual sentido há em gastar uma fortuna em uma festa, ainda que seja atraente para a população, quando esta carece de serviços básicos?” pondera. Para Accioly, é essencial que o gestor público priorize investimentos que impactem diretamente a qualidade de vida da população.

Não é a primeira vez que Itaboraí se vê envolta em polêmicas relacionadas aos seus gastos. Após festas anteriores, o Tribunal de Contas do Estado havia exigido um estudo técnico que comprove a regularidade dos serviços públicos e os benefícios diretos e indiretos para o desenvolvimento local oriundos dos shows. Segundo o TCE, esse estudo nunca foi apresentado.

Resposta da prefeitura

Em um comunicado, a prefeitura de Itaboraí se defendeu, afirmando que cumpre com os percentuais mínimos de investimento em Saúde e Educação. De acordo com a administração municipal, a análise dos impactos econômicos comprova que os eventos geram movimentação de aproximadamente R$ 40 milhões na economia local. A prefeitura também ressaltou que possui um calendário anual de 47 eventos, com um contrato de estrutura que abrange todas essas festividades.

Além disso, a administração alegou que seguiu todas as recomendações do Tribunal de Contas e que o hospital municipal passou por reforma e ampliação, com a promessa de atender não apenas a Itaboraí, mas toda a região. O investimento em cultura e turismo foi classificado como uma política pública essencial para a valorização da identidade local e para a geração de empregos e renda.

Enquanto a festa de aniversário conclui, a discussão sobre gastos e prioridades no município de Itaboraí parece longe de acabar, uma vez que os cidadãos continuam a demandar melhorias em serviços que tocam diretamente suas vidas.

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