Em Phnom Penh, capital do Camboja, teve início o oitavo Colóquio Budista-Cristão, que se concluirá na quinta-feira, 29 de maio. O evento, organizado pelo Dicastério para o Diálogo Inter-religioso, reúne cerca de 150 representantes das duas tradições religiosas, com o objetivo de promover a paz e a resiliência em um mundo marcado pela violência e injustiça.
Um espaço sagrado para o diálogo
O cardeal George Jacob Koovakad, prefeito do Dicastério para o Diálogo Inter-religioso, destacou a importância deste encontro: “Esta sessão oferece um espaço sagrado no qual budistas e cristãos se reúnem não apenas como representantes de duas tradições veneráveis, mas unidos por um compromisso comum com a concórdia.” A afirmação ecoa a necessidade de diálogo inter-religioso em um mundo cada vez mais fragmentado.
Participação massiva e diversidade
O colóquio, que conta com a parceria de universidades e mosteiros budistas do Camboja, além da Conferência Episcopal local, enfatiza a presença de um grupo diversificado de participantes. Com aproximadamente 150 delegados, o evento promove a troca de ideias e experiências entre as duas religiões, colaborando na busca por soluções conjuntas para problemas sociais e ambientais que afligem o mundo.
Construindo paz através da reconciliação
O tema central desta edição é “Budistas e cristãos trabalhando juntos pela paz por meio da reconciliação e da resiliência”. O cardeal Koovakad salientou que o encontro está fundamentado em dois “tesouros espirituais”: a reconciliação e a resiliência. “Esses valores são profundamente enraizados em nossas respectivas crenças e têm o potencial de construir e sustentar uma paz duradoura”, afirmou.
A voz dos oprimidos
O cardeal também expressou sua preocupação com os que mais sofrem em meio a conflitos e injustiças. “Não posso deixar de pensar naqueles que estão mais afetados pela guerra e pela desigualdade. A realidade do sofrimento causado pela violência é inegável”, declarou. Essa fala evidencia a necessidade urgente de uma abordagem compassiva e solidária, capaz de curar feridas sociais e promover a dignidade humana.
Narrativas que inspiram esperança
Koovakad enfatizou que o silêncio diante das injustiças e a apatia em relação aos marginalizados exigem uma resposta eficaz. “Nossos debates aqui oferecem oportunidades valiosas para ouvir e amplificar narrativas positivas sobre a construção da paz”, disse. Ele instou os participantes a se engajar ativamente na busca pela paz e pela justiça, propondo uma escolha pela reconciliação em vez da vingança, e pela resiliência em vez da resignação.
Expectativa e impacto do encontro
O vigário apostólico de Phnom Penh, monsenhor Olivier Michel Marie Schmitthaeusler, expressou otimismo em relação ao impacto do colóquio na comunidade local: “Este evento fortalecerá a fraternidade e o diálogo, promovendo o diálogo da vida e das obras, bem como aprofundando a experiência religiosa.” Essa perspectiva reforça a ideia de que o diálogo inter-religioso não apenas é necessário, mas também enriquecedor, contribuindo para a construção de uma sociedade mais justa e harmoniosa.
O oitavo Colóquio Budista-Cristão no Camboja se destaca como um marco na história do diálogo inter-religioso, mostrando que, apesar das diferenças, é possível construir pontes e trabalhar juntos em prol de um futuro mais pacífico e solidário. O evento traz, assim, uma mensagem de esperança e união em tempos desafiadores.
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