Auditores fiscais da Receita Federal completaram 180 dias em greve nesta semana, impactando significativamente as finanças públicas e a rotina alfandegária do país. Segundo o Sindicato dos Auditores Fiscais da Receita (Sindifisco Nacional), a paralisação resultou na estagnação de R$ 14 bilhões em transações tributárias, que não entraram no orçamento federal, prejudicando o equilíbrio fiscal do país.
Impactos da greve na arrecadação e operações aduaneiras
Após um auto de infração se tornar dívida ativa — ocorrência que acontece após o trânsito em julgado — a Receita Federal realiza cobranças e negociações para acelerar o pagamento dos tributos devidos. No entanto, a equipe responsável por essas transações tributárias está de greve desde o início do movimento, deixando de negociar dívidas que poderiam estar próximas de serem concluídas.
De acordo com o Sindifisco, cerca de 1 milhão de remessas aguardam liberação na aduana em várias regiões do Brasil, o que também prejudica o fluxo de encomendas e operações comerciais.
Rejeição da proposta de reajuste e perspectiva de negociação
Nesta segunda-feira (26/5), uma assembleia nacional do Sindifisco Nacional rejeitou, por aproximadamente 95% dos votos, a primeira proposta de reajuste salarial apresentada pelo Ministério da Gestão e Inovação (MGI). Os auditores criticaram o valor oferecido, alegando que ele não contempla toda a categoria e é significativamente inferior ao que foi negociado com outras carreiras do serviço público.
Outro ponto de insatisfação é que o pagamento do reajuste está previsto apenas para o segundo trimestre de 2026, enquanto outras categorias já recebem melhorias salariais neste ano. Segundo o Sindifisco, o vencimento básico da categoria está congelado desde 2016, exceto pelos 9% de reajuste concedidos em 2023.
Próximos passos na mobilização
O sindicato confirmou que irá oficializar o resultado da assembleia e espera retomar as negociações com o MGI o mais breve possível, na tentativa de obter uma nova proposta que atenda às reivindicações dos auditores fiscais.
Especialistas alertam que a continuidade da greve pode agravar ainda mais o impacto econômico e fiscal, especialmente em um momento de retomada da arrecadação do país.
Para mais detalhes sobre a paralisação, consulte o conteúdo completo na reportagem da Metropoles.