Fiorella Solares, naturalizada brasileira e originária da Guatemala, compartilha sua experiência à frente da Ação Social pela Música do Brasil, um projeto transformador que utiliza a música clássica como ferramenta de inclusão social. Com 30 anos de história, a iniciativa tem sido crucial na educação de crianças e jovens de favelas, oferecendo alternativas saudáveis e construtivas e afastando-os de problemas sociais típicos de comunidades carentes.
Uma trajetória de dedicação à música e à inclusão
Em entrevista à Rádio Vaticano, Fiorella Solares, cofundadora da Ação Social pela Música do Brasil, falou sobre o projeto e a música que já tocou há muito tempo. A instituição, que abrange diversas regiões do Brasil, tem atualmente 14 núcleos de ensino musical e 12 polos de musicalização, atendendo cerca de 4.800 alunos. Fiorella, que vive no país há 40 anos, reflete sobre seu amor pelo Brasil, o qual considera sua nova casa.
A importância da Camerata Jovem do Rio de Janeiro
A Camerata Jovem do Rio de Janeiro é um dos frutos da Ação Social e atualmente se apresenta em Roma e em outras partes da Itália. “Esse projeto educacional não busca formar músicos acadêmicos, mas sim utilizar a música como uma ponte para um futuro melhor, ocupando o tempo dos jovens e afastando-os de problemas associados à vida nas favelas”, explica Fiorella.
O legado de David Machado
O maestro David Machado, falecido há alguns anos, foi fundamental na concepção da Ação Social pela Música do Brasil. Ele se inspirou em modelos de projetos sociais de inclusão musical de outros países, como o famoso El Sistema, na Venezuela, e sonhou em trazer essa visão para as comunidades carentes do Brasil. “Infelizmente, ele não pôde ver o que se tornou, mas a sua visão continua viva e forte através de nosso trabalho”, relata Fiorella.
Desenvolvimentos e desafios do projeto
Desde a sua criação, a Ação Social pela Música do Brasil teve um crescimento significativo. Fiorella mencionou que, com a ajuda de outros profissionais e a dedicação dos educadores, a proposta de educar por meio da música se consolidou em várias localidades, alcançando mais de 15 mil alunos ao longo dos anos.
“Aproximar a música das crianças em situação de vulnerabilidade é vital. Muitas vezes elas não têm acesso a transporte e outras facilidades para frequentar uma escola de música. Nós trouxemos a música até elas, onde estão”, destacou Fiorella. Esse modelo tem sido eficaz em evitar que os jovens se tornem parte de um ciclo de violência e exclusão social ao lhes proporcionar uma experiência transformadora através do aprendizado musical.
Os resultados e gratificações
A equipe da Ação Social compõe-se de educadores dedicados, que enfrentam os desafios diários de trabalhar em ambientes vulneráveis. Segundo Fiorella, o retorno emocional e social gerado por este trabalho vai muito além do que se poderia imaginar: “Ver a evolução de uma criança que, através da música, encontra novas oportunidades é uma recompensa indescritível para todos nós envolvidos no projeto”.
O futuro da Ação Social pela Música do Brasil
Após décadas de esforços, Fiorella acredita que o projeto ainda possui muito potencial para crescer e impactar ainda mais vidas. “Temos um modelo que funciona, que já provou ser eficaz e estamos sempre buscando novas formas de expandir e melhorar”, conclui ela.
O que começou como um sonho de dois apaixonados por música e inclusão social se transformou em uma realidade rica, ajudando crianças e jovens a descobrir seu talento e construir um futuro melhor para si mesmos e suas comunidades.
Para mais informações sobre a Ação Social pela Música do Brasil, você pode acessar o link a seguir: Ação Social pela Música do Brasil.