O Governo do Piauí anunciou a declaração de estado de emergência zoossanitária em todo o território estadual, com o objetivo de prevenir a propagação da Influenza Aviária H5N1, popularmente conhecida como gripe aviária. O decreto, publicado no Diário Oficial do Estado (DOE) na última segunda-feira (26), estabelece um prazo inicial de 180 dias para a vigência das medidas.
Medidas adotadas pelo governo
O Decreto nº 23.837, assinado pelo governador Rafael Fonteles (PT), leva em consideração a Portaria nº 587 do Ministério da Agricultura e Pecuária, que também declarou estado de emergência em nível nacional após a confirmação de um caso de gripe aviária em uma granja comercial na cidade de Montenegro, no Rio Grande do Sul. Este evento acendeu um sinal de alerta, visto que o Brasil é o maior exportador mundial de carne de frango e essa questão pode impactar severamente tanto a produção quanto o comércio.
Com a nova determinação, fica autorizada a mobilização de todos os órgãos estaduais para atuar em conjunto no monitoramento e prevenção de novos casos, seguindo as diretrizes do Ministério da Agricultura e Pecuária. A Agência Estadual de Defesa Agropecuária do Piauí (ADAPI) será a responsável por estabelecer as normativas complementares necessárias para garantir a efetividade do decreto.
Contexto da gripe aviária no Brasil
O primeiro registro de gripe aviária no Brasil ocorreu em maio de 2023, quando o vírus foi detectado em aves silvestres. No entanto, o alerta se intensificou com a confirmação do primeiro caso em uma granja comercial em maio de 2025. Antes deste incidente, todos os focos de gripe aviária registrados no país estavam restritos a aves silvestres ou criações de subsistência, sem consequências diretas sobre o setor comercial.
Até o momento, o Ministério da Agricultura investigou cerca de 4 mil casos de Síndrome Respiratória e Nervosa em aves desde 2022, com apenas 168 casos confirmados de gripe aviária, o que representa uma taxa de apenas 4% das suspeitas iniciais. A maioria dos casos confirmados foi observada em aves silvestres (164), com apenas três casos em aves de subsistência e um caso em granjas comerciais.
Riscos e contaminação
Uma das principais preocupações da população diz respeito à possibilidade de contaminação por meio do consumo de carne de frango e ovos. É importante ressaltar que, segundo as autoridades competentes, até o momento não há registros de transmissão do vírus para seres humanos através da ingestão desses produtos quando devidamente preparados. O infectologista Leonardo Weissmann, do Instituto de Infectologia Emilio Ribas, em São Paulo, reforça que o vírus da gripe aviária não sobrevive às altas temperaturas do cozimento, assegurando a segurança alimentar da população.
Próximos passos e monitoração
O estado de emergência é uma medida temporária que visa aumentar a vigilância sobre as criações de aves e evitar a expansão do vírus. As autoridades comprometem-se a continuar monitorando a situação de perto e a informar a população sobre quaisquer novas diretrizes ou atualizações necessárias. Espera-se que a colaboração entre os diversos órgãos de saúde e agropecuária contribua significativamente para o gerenciamento desta crise sanitária.
A mobilização e o compartilhamento de informações entre os setores públicos e a população são cruciais para garantir que todos estejam cientes dos riscos e das medidas a serem adotadas. O trabalho conjunto pode ser a chave para proteger não apenas a saúde pública, mas também a economia local e nacional, em um momento em que a produção de alimentos é vital para a estabilidade do país.
Conclusão
O estado de emergência zoossanitária no Piauí é um reflexo da preocupação com a saúde pública e a segurança alimentar. Com a vigilância ativa e a adoção de medidas eficazes, o governo espera conter a gripe aviária e proteger tanto os cidadãos quanto a indústria avícola do estado. Continuaremos acompanhando as atualizações sobre essa situação e suas implicações para o Piauí e o Brasil.