O dólar operava em baixa de 0,51%, às 9h28, cotado a R$ 5,6463, enquanto o principal índice da bolsa brasileira, o Ibovespa, avançava 0,23%, aos 138.136 pontos, nesta manhã. Essa movimentação ocorre após o mercado reagir à divulgação do IPCA-15, a prévia da inflação oficial, e às pressões no Congresso sobre o aumento do IOF.
Inflação modera e impulsiona o otimismo no mercado
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou o IPCA-15 de maio, indicando alta de 0,36%, abaixo dos 0,43% de abril. Com isso, a inflação acumulada em 12 meses caiu para 5,40%, ainda acima do centro da meta formalizada pelo Banco Central, mas sugerindo um freio na escalada de preços. Segundo o IBGE, o aumento foi puxado pelo crescimento da energia elétrica e dos medicamentos.
Esse dado traz confiança ao mercado, que acompanha de perto os indicadores econômicos para antever as próximas decisões do Banco Central sobre a taxa de juros. Atualmente, a Selic está em 14,75%, o maior nível em quase duas décadas, com a intenção de conter a inflação por meio do esforço de desestimular o consumo.
Perspectivas fiscais e o cenário externo
Debates sobre o aumento do IOF
O Congresso Nacional recebeu até agora 20 propostas para impedir o aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). A medida, que prevê uma arrecadação de R$ 20,5 bilhões em 2025, foi alvo de críticas por parte de investidores preocupados com possíveis controles de capitais, especialmente devido ao impacto na saída de recursos do país. O governo recuou de parte da medida na semana passada, especialmente no que diz respeito ao aumento do IOF sobre aplicações no exterior.
O ministro Fernando Haddad afirmou que o governo avalia formas de compensar a renúncia de receita, podendo recorrer a contingenciamento de despesas ou a novas substituições. “Temos até o fim da semana para definir o caminho”, declarou.
Mercado internacional e tarifas adiam tensões comerciais
Nos EUA, a recente adiamento das tarifas de 50% sobre produtos da União Europeia, inicialmente anunciadas por Donald Trump, seguiu como uma das principais notícias internacionais. A decisão de adiar a implementação geral das tarifas, até 9 de julho, foi resultado de negociações com a UE, que busca evitar uma escalada de tarifas de retaliação.
Por outro lado, a presidente do Banco Central Europeu, Christine Lagarde, destacou que as mudanças no cenário global representam uma oportunidade para o euro ampliar sua relevância internacional, mesmo diante de riscos de fragmentação no comércio mundial.
Expectativas para os próximos dias
Na agenda econômica, destaque para a divulgação do PIB do segundo trimestre, marcada para sexta-feira (30), além de dados de desemprego e do mercado de trabalho, previstos para quinta-feira (29). Essas informações serão determinantes para a pitch do Banco Central em relação à trajetória dos juros e às políticas de estímulo ou contenção da inflação.
Assim, o mercado segue atento às decisões internas e externas, buscando entender o impacto de indicadores como o IPCA-15 e das tensões geopolíticas na dinâmica econômica brasileira e global.
Para mais detalhes, acesse a fonte original: G1 Economia.