Brasil, 1 de junho de 2025
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Disputa interna no PT do Rio reflete tensões políticas para 2026

A briga entre grupos do PT do Rio de Janeiro se intensifica com a aproximação das eleições de 2026, incluindo questões sobre o Senado.

A disputa interna no PT do Rio de Janeiro ganha novos contornos com a proximidade da renovação do diretório estadual e a definição de candidaturas para 2026. No centro do embate, estão a vaga ao Senado Federal — que não é ocupada por um petista fluminense desde Lindbergh Farias, eleito em 2010 — e o comando da legenda no estado.

Disputas e alianças no cenário político fluminense

De um lado, o grupo ligado ao vice-presidente nacional do PT e prefeito de Maricá, Washington Quaquá, aposta na continuidade de sua influência política ao lançar Diego Zeidan, seu filho, para liderar o diretório estadual. Quaquá também articula o apoio à candidatura do ex-deputado federal Alessandro Molon (PSB) ao Senado, numa estratégia de alianças amplas.

Do outro lado, o grupo liderado pelo próprio Lindbergh aposta em nomes históricos do PT. Lançou o vereador Reimont para disputar a presidência do partido no Rio e tem defendido publicamente que a candidata ao Senado seja Benedita da Silva. “Eu tenho colocado ao PT a possibilidade de termos uma candidatura ao Senado. Desde Lindbergh, não voltamos a ocupar essa cadeira. Nós queremos resgatá-la”, afirmou Benedita ao GLOBO.

Apesar de não personalizar a divergência com Quaquá, Benedita reconhece que existem visões distintas de partido e de estratégia política: “Não é uma candidatura posta contra outra. É sobre visão de partido, de momento”, disse.

Cenário polarizado e alinhamentos estratégicos

Nos bastidores, no entanto, aliados de Benedita e Lindbergh expressam preocupação com as articulações de Quaquá. O receio é de que se repita o cenário de 2022, quando a esquerda se dividiu entre as candidaturas de Molon e André Ceciliano (PT), o que resultou na reeleição de Romário (PL).

Outro ponto de atrito entre os dois campos é a postura em relação ao prefeito do Rio, Eduardo Paes (PSD), cotado para disputar o governo do estado em 2026. A ala de Quaquá defende o apoio imediato e incondicional ao prefeito, enquanto o grupo de Reimont, Benedita e Lindbergh prega cautela. Eles reconhecem a possibilidade de aliança, mas insistem que ela deve ser construída com base em compromissos de Paes com o partido. “Nós estamos discutindo a possibilidade de apoiar Eduardo Paes, mas ainda tem muita água para passar por baixo da ponte. Caso a aliança não aconteça, estamos preparados para representar o PT com candidatura própria”, declarou Benedita.

Com a eleição do diretório estadual marcada para julho, a disputa entre os dois campos se intensifica. Além do impasse estadual, haverá enfrentamento na capital fluminense: Quaquá apoia Alberes Lima, e Lindbergh, o vereador Leonel de Esquerda.

Portanto, a luta interna do PT no Rio de Janeiro não apenas reflete as tensões políticas atuais, mas também oferece uma visão do que pode vir a ser a eleição de 2026, com as figuras em destaque posicionando-se para aproveitar as mudanças políticas que estão por vir. Os próximos meses serão cruciais para definir os rumos do partido e suas chances de sucesso nas eleições.

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