Brasil, 29 de maio de 2025
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Delegado revela convocação de Anderson Torres para live de Bolsonaro

O ex-ministro da Justiça, Anderson Torres, participou de uma live convocada por Bolsonaro em 2021 que questionou a segurança das urnas eletrônicas.

Na manhã desta terça-feira (27/5), o delegado da Polícia Federal (PF), Braulio do Carmo Vieira, depôs em uma audiência conduzida pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. Durante seu depoimento, Vieira afirmou que o ex-ministro da Justiça, Anderson Torres, foi convocado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro para participar de uma live em julho de 2021, onde foram apontadas supostas “fraudes” nas urnas eletrônicas. Este evento se tornou um dos marcos de um processo que investiga uma possível tentativa de golpe de Estado no Brasil.

A convocação e o desconforto técnico

O delegado relatou que a live, que ocorria tradicionalmente às quintas-feiras, foi o resultado de uma convocação direta de Bolsonaro a Torres, que à época chefiava o Ministério da Justiça. Segundo ele, houve um “desconforto pelo desconhecimento técnico do tema” por parte de Torres, que solicitou ajuda a seus assessores para buscar documentos que pudessem embasar as afirmações que seriam feitas durante a transmissão ao vivo.

“Houve uma convocação do presidente da República [para participar da live]. Ele pediu a assessores que buscassem documentos sobre o tema [da live]”, explicou Vieira. O material coletado teria sido elaborado por peritos da PF e lido por Torres durante a live, onde Bolsonaro anunciou que apresentaria “provas” que sustentariam a possibilidade de fraudes nas urnas eletrônicas usadas nas eleições brasileiras.

A atuação dos assessores

Durante a audiência, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, questionou Vieira sobre se o material compartilhado com Torres poderia ser considerado suficiente para questionar a integridade do processo eleitoral brasileiro. O delegado esclareceu que não foi ele quem repassou os documentos e que a responsabilidade foi de sua assessoria direta.

“Eu não passei. Quem passou foi a assessoria direta dele. Houve essa ausência de capacidade técnica do Anderson, e os assessores passaram esse documento. Eu lembro da live, mas não li com profundidade”, afirmou Vieira. Ele enfatizou que não havia lido o documento antes da live, apenas acompanhou a transmissão em si.

Implicações legais e futuras audiências

O depoimento do delegado Braulio do Carmo Vieira se insere em um contexto mais amplo de investigações sobre a tentativa de desestabilização das instituições democráticas do Brasil. A participação de Anderson Torres na live e as declarações feitas por Bolsonaro criaram um intenso debate sobre a segurança das urnas eletrônicas e a legitimidade do processo eleitoral no país.

Com mais de 700 mil mortes e uma crescente polarização política, o Brasil vivencia um momento delicado em sua história. As investigações em torno do ex-ministro e do papel de diferentes figuras políticas continuam a ganhar corpo, e a possibilidade de um golpe não é um tema simples de se abordar. A audiência desta terça-feira é parte de um esforço maior para elucidar os fatos que levaram à crise institucional e ao questionamento da legitimidade das eleições.

Expectativas para os próximos passos

Com a continuidade dos depoimentos e a coleta de provas, a expectativa é que o STF consiga esclarecer os papéis de cada envolvido neste complexo caso. A análise das provas apresentadas e depoimentos como o de Vieira são essenciais para compreender melhor a relação entre ações políticas e a segurança jurídica das eleições brasileiras. Assim, o desenrolar desta situação vai além do que foi discutido em uma única live, envolvendo os alicerces da democracia e a confiança da população nas instituições.

A audiência de hoje representa apenas um dos muitos passos que o STF e a PF estão realizando para garantir que os cidadãos compreendam a verdade por trás das acusações e ações que questionam diretamente a democracia no Brasil.

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