O delegado da Polícia Federal (PF), Caio Rodrigo Pellim, causou grande surpresa nesta terça-feira, durante uma audiência no Supremo Tribunal Federal (STF), ao descobrir que ele próprio é alvo de uma investigação relacionada a uma suposta atuação irregular da Polícia Rodoviária Federal (PRF) nas eleições de 2022. Pellim estava presente para atuar como testemunha de defesa do ex-ministro Anderson Torres, na ação penal que examina uma possibilidade de golpe de Estado.
Pellim surpreendido na audiência do STF
A revelação de que Pellim é investigado surgiu durante a audiência quando o procurador-geral da República, Paulo Gonet, fez a afirmação e foi confirmada pelo ministro Alexandre de Moraes, que conduz o caso no STF. Gonet mencionou que o delegado “figura na condição de investigado” em relação à mesma petição discutida na audiência anterior, que já havia envolvido outra testemunha, o ex-diretor da PRF, Djairlon Henrique Moura, que também está sendo indiciado na investigação.
Na audiência, Gonet indicou que Pellim é um dos alvos da apuração sobre os bloqueios da PRF durante o pleito eleitoral e pediu que ele não estivesse obrigado a contar a verdade, como é o procedimento normal para as testemunhas. “Embora ele não tenha sido indiciado, ele consta como investigado, portanto pode ter interesse nas questões que estão sendo suscitadas”, explicou o procurador-geral.
A revelação impacta o depoimento
O ministro Alexandre de Moraes, relator do caso, ressaltou que o delegado foi mencionado em diversos depoimentos de testemunhas. “Em que pese não ter sido indiciado, o depoente é investigado e ele é citado em vários depoimentos de testemunhas e outros investigados na Petição”, afirmou Moraes, destacando a gravidade da situação. A conexão entre os depoimentos e a investigação sugere que a presença de Pellim na audiência era mais do que uma mera formalidade.
No entanto, Pellim negou ter conhecimento de qualquer investigação que envolvesse seu nome e expressou sua surpresa. “Me causa um pouco de surpresa. Nem sei o conteúdo dessa Pet. No inquérito policial a respeito, fui ouvido na Polícia Federal como depoente. Desconheço qualquer investigação contra a minha pessoa”, declarou o delegado, demonstrando perplexidade em relação aos novos desdobramentos do caso.
O papel de Pellim na PF
É relevante destacar que Caio Rodrigo Pellim ocupou a posição de diretor de investigação e combate ao crime organizado na PF em 2022, durante o governo de Jair Bolsonaro. As implicações políticas e judiciais de sua participação na investigação tornam o caso ainda mais complicado, considerando as tensões já existentes na esfera pública em relação à atuação da PRF durante as eleições.
As investigações que envolvem a PRF e as alegações de irregularidades durante as eleições de 2022 são uma questão delicada, refletindo a polarização política atual. A revelação da investigação contra Pellim levanta preocupações sobre a imparcialidade e a correção das instituições envolvidas no processo eleitoral e na segurança pública do Brasil.
À medida que mais informações sobre o caso surgem, o público e especialistas em política aguardam ansiosamente os próximos passos das investigações e como isso pode afetar o cenário político no país. As interações entre as forças policiais e a política continuarão a ser analisadas com atenção, à medida que esses desdobramentos se desenrolam.
Este caso serve como um lembrete importante da complexidade que envolve a segurança pública e a política no Brasil, e os impactos que tais investigações podem ter na confiança pública nas instituições responsáveis pela manutenção da ordem e da justiça.