Brasil, 27 de maio de 2025
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Congestionamento portuário no norte da Europa ameaça se espalhar globalmente

Relatório da Drewry alerta para aumento dos atrasos nos portos europeus, com risco de impacto nas taxas de frete marítimo mundial

Um novo relatório da consultoria marítima Drewry revela que o congestionamento portuário no norte da Europa está se agravando, podendo se espalhar para áreas da Ásia e dos Estados Unidos, o que pode pressionar as tarifas de frete marítimo mundialmente.

Tempos de espera em portos europeus aumentam significativamente

Segundo o documento, o tempo de espera por atracação em ports como Bremerhaven, na Alemanha, saltou 77% entre março e meados de maio. Antuérpia, na Bélgica, e Hamburgo, na Alemanha, também registraram aumentos de 37% e 49%, respectivamente. Roterdã, na Holanda, e Felixstowe, no Reino Unido, têm enfrentado atrasos crescentes, afetando toda a cadeia logística.

Causas do congestionamento portuário

De acordo com a Drewry, a escassez de mão de obra e os baixos níveis do rio Reno são os principais fatores que prejudicam o transporte por barcaças na região. Além disso, a suspensão temporária das tarifas de 145% sobre importações chinesas pelo governo Trump antecipa a demanda por fretes entre China e EUA, agravando a situação.

Sinais de antecipação da alta temporada

“Os atrasos nos portos estão alongando os tempos de trânsito, atrapalhando o planejamento de estoques e levando os embarcadores a manter estoques extras”, afirmou a Drewry. Além disso, o comércio transpacífico já dá sinais de alta temporada antecipada, impulsionado por uma pausa de 90 dias nas tarifas entre os EUA e a China, que vence em 14 de agosto.

Sintomas similares em outros portos globais

Relatórios indicam que caps em Shenzhen, na China, além de Los Angeles e Nova York, vêm aumentando desde o final de abril, com o número de navios porta-contêineres aguardando atracação também em alta. Esses padrões refletem um cenário de congestão geométrica que pode se intensificar nas próximas semanas.

Impactos nas operações e tarifas de frete

Rolf Habben Jansen, CEO da Hapag-Lloyd, destacou em webinar que, embora haja melhorias em portos europeus, a normalização deve levar “mais 6 a 8 semanas”. A política tarifária dos EUA, com ameaças e trégua em tarifas de importação, também contribui para a incerteza, elevando os custos de transporte e afetando o planejamento das empresas.

Risco de congestionamento no Mar Vermelho e Canal de Suez

Durante o webinar, Jansen também alertou que cruzar o Mar Vermelho ainda não é seguro devido a ataques de rebeldes Houthis do Iêmen. A retomada do tráfego pelo Canal de Suez precisará ser gradual, levando meses para evitar sobrecarregar os portos com excesso de navios, o que agravaria ainda mais o congestionamento global.

Perspectivas futuras e recomendações

Com as tarifas mais altas ainda pendentes de entrada em vigor nas próximas semanas, espera-se que os volumes de carga transatlântica aumentem, levando a um aumento nas tarifas spot de frete marítimo. Essa conjuntura exige cautela das embarcadoras, que tentam mitigar os riscos com reajustes e táticas de navegação. A consultoria Drewry reforça que a normalização dos portos europeus deve ocorrer apenas depois de várias semanas de ajustes graduais, para evitar um colapso logístico maior.

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