Brasil, 29 de maio de 2025
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Censo de população em situação de rua revela perfil em São José do Rio Preto

Relatório de 2024 mostra que homens negros e pardos predominam entre a população em situação de rua na cidade.

O censo da população em situação de rua, realizado em 2024 pela Secretaria Municipal de Assistência Social de São José do Rio Preto, trouxe à luz dados alarmantes sobre a realidade enfrentada por esse grupo vulnerável. A pesquisa revelou que a grande maioria das 756 pessoas em situação de rua na cidade é composta por homens, com uma predominância significativa de indivíduos negros e pardos. Entre os aspectos mais preocupantes, constata-se que 85,1% da população em rua é formada por homens negros, enquanto 63,8% são pardos, e a faixa etária mais afetada varia de 30 a 49 anos, correspondente a 63,5% do total.

A complexa realidade da população em situação de rua

A situação da população em situação de rua no Brasil é uma questão social que exige atenção e ações concretas. No caso de São José do Rio Preto, a alta concentração de homens negros e pardos nesse contexto revela um traço marcante das desigualdades sociais enfrentadas na sociedade. Este censo não apenas apresenta números, mas também reflete a necessidade premente de políticas públicas que promovam a inclusão social e a dignidade das pessoas afetadas.

Baixo nível de escolaridade e suas consequências

Outro dado alarmante que52 emergiu do censo é o baixo nível de escolaridade entre a população em situação de rua. Muitos dos entrevistados não completaram o ensino fundamental, o que limita suas oportunidades de inserção no mercado de trabalho e agrava ainda mais sua vulnerabilidade. Este cenário é um reflexo de um ciclo vicioso de pobreza e exclusão que perpetua a situação de rua e a falta de acesso a serviços básicos como educação e saúde.

Desafios enfrentados por homens negros e pardos

É importante destacar que a maioria dos indivíduos em situação de rua não se tornou vulnerável por opção, mas sim como resultado de uma série de fatores sociais e econômicos. A marginalização da população negra e parda em São José do Rio Preto, combinada com a falta de políticas públicas efetivas para a reinserção social, é um problema que precisa ser abordado com urgência. A discriminação racial e as desigualdades estruturais contribuem para que muitos homens negros e pardos acabem nas ruas, enfrentando condições precárias de vida.

Iniciativas e a importância de ações coletivas

Nos últimos anos, algumas iniciativas têm sido implementadas para mitigar essa realidade. Organizações não governamentais e grupos comunitários estão se mobilizando para oferecer apoio psicológico, alimentação e abrigo temporário, além de cursos de capacitação e inclusão no mercado de trabalho. No entanto, é fundamental também que o poder público assuma seu papel de liderança na elaboração de políticas que visem a inclusão e a dignidade dos cidadãos em situação de rua.

O papel das políticas públicas na transformação social

Uma das principais diretrizes propostas pela sociedade civil é a criação de um programa efetivo de apoio social que analise e apresente a viabilidade das intervenções antes de sua implementação. A recente aprovação por parte dos vereadores de um projeto de lei que exige a apresentação de estudos de viabilidade antes da instalação de novos Centros de Referência da Assistência Social (CRAS) é um passo positivo. Essa medida poderá ajudar a garantir que as ações a serem realizadas atendam de fato às necessidades da população em situação de rua e sejam sustentáveis no longo prazo.

Em suma, o retrato da população em situação de rua em São José do Rio Preto, conforme revelado pelo censo de 2024, é um chamado à ação. É necessário um esforço conjunto entre a sociedade civil, poder público e iniciativa privada para enfrentar a desigualdade, promovendo inclusão e oportunidades para todos. Somente assim poderemos transformar essa realidade dolorosa e garantir dignidade aos cidadãos que vivem em situação de vulnerabilidade.

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