O atacante Bruno Henrique, do Flamengo, está no centro de uma polêmica que envolve investigações sobre manipulação de resultados no Campeonato Brasileiro de 2023. O jogador foi indiciado pela Polícia Federal por supostamente forçar dois cartões amarelos em uma partida, beneficiando apostadores. Na manhã de ontem, ele não compareceu à audiência virtual no Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), alegando compromissos com a equipe no CT Ninho do Urubu.
Motivos da ausência e remarcação da audiência
A ausência de Bruno Henrique na audiência não é obrigatória, mas o jogador foi intimado através de seus advogados, que se reuniram com ele para discutir a situação. Embora a audiência tivesse sido agendada para o período da tarde, um treino do Flamengo às 9h30 levou à decisão de solicitar a remarcação.
Os advogados do atleta alegaram que a prioridade era a agenda do clube, o que acabou por dificultar sua presença. A audiência foi transferida para as 10h da manhã, o que coincidiu com o horário do treinamento.
Possíveis implicações legais
A ausência em uma audiência não prejudica necessariamente Bruno Henrique, já que a justificativa de estar em treinamento é considerada plausível. O auditor Maxwell Borges de Moura Vieira, vice-presidente do STJD, agora tem a tarefa de avaliar o pedido de remarcação e decidir sobre um novo comparecimento do jogador.
Entretanto, especialistas alertam que se o atleta começar a faltar repetidamente a essas audiências, isso pode ser visto como desrespeito às autoridades esportivas e resultar em possíveis punições. Paulo Feuz, ex-auditor do Pleno do STJD, mencionou que a falta poderia ser interpretada como uma presunção de culpabilidade, o que poderia complicar ainda mais sua situação.
Acontecimentos futuros e medidas possíveis
Conforme as circunstâncias se desdobram, a legalidade de Bruno Henrique pode ser avaliada sob o artigo 220 do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD). Esse artigo prevê a penalidade para aqueles que se recusam a colaborar com investigações. As punições podem variar de multar o jogador entre R$ 100 a R$ 100.000, o que afetaria sua capacidade de se defender de acusações futuras.
Além disso, a repetição de ausências poderá levar o tribunal a concluir que ele está agindo de má-fé, resultando em sanções adicionais. Ronaldo Piacente, ex-presidente do tribunal, enfatizou que é crucial que Bruno Henrique aproveite a oportunidade para se defender adequadamente.
O que vem a seguir?
Além de Bruno Henrique, outras nove pessoas estão agendadas para depor sobre o caso, incluindo Wander Nunes Pinto Júnior, irmão do jogador. O inquérito foi reaberto pelo presidente do STJD, Luís Otávio Veríssimo Teixeira, após o recebimento de novas provas da Polícia Federal que resultaram no indiciamento do atacante.
Veríssimo designou Maxwell Borges de Moura Vieira como o auditor responsável pelo caso, que agora terá a responsabilidade de ouvir depoimentos e promover as investigações necessárias. Com a gravidade das acusações, o jogador corre o risco de ser suspenso até dois anos de sua carreira profissional, caso seja considerado culpado em denúncia futura.
Bruno Henrique e sua defesa agora aguardam os próximos passos a partir do STJD, ansiosos por esclarecer a situação e proteger a reputação do atleta, enquanto o mercado de apostas e o futebol brasileiro monitoram de perto esse desdobramento que pode impactar significativamente a dinâmica do esporte.
Fique atento aos desdobramentos desse caso que promete dar muito o que falar no cenário esportivo nacional.
