No primeiro trimestre de 2025, o mercado imobiliário do Rio de Janeiro registrou um aumento significativo de 8,9% nas vendas de imóveis em relação ao mesmo período do ano anterior. Os dados são da Associação de Empresas do Mercado Imobiliário (Ademi), que apontou a comercialização de aproximadamente 4,9 mil unidades na capital fluminense. Apesar da alta na taxa de juros, que atualmente alcança seu maior patamar em 19 anos, o mercado demonstra uma resiliência surpreendente.
Impulsionadores do crescimento no mercado imobiliário
O crescimento nas vendas de imóveis na cidade se dá em um contexto de recuperação do mercado após a implementação do Novo Plano Diretor em 2024, que buscou flexibilizar as normas para a construção de novos empreendimentos. Em termos de lançamentos, houve um aumento de 12% nesse primeiro trimestre, demonstrando que a oferta também está em expansão.
Um fator essencial para o aumento das vendas é o Programa Minha Casa, Minha Vida, que teve um papel fundamental na promoção de unidades habitacionais. Aproximadamente 50% dos financiamentos realizados no primeiro trimestre foram provenientes desse programa, resultando na venda de 2.383 unidades. Essa iniciativa governamental tem sido um suporte significativo para famílias de baixa renda que buscam a tão sonhada casa própria.
A diversidade no perfil dos imóveis vendidos
Em um panorama mais detalhado, observa-se que os imóveis compactos foram os mais procurados, representando 27,8% das vendas. Em seguida, os imóveis de médio padrão também demonstraram um aumento consistente, atraindo o interesse de uma parcela considerável dos compradores. Essa variação no perfil dos imóveis vendidos indica que o mercado está se ajustando às novas necessidades e preferências dos consumidores.
O impacto das taxas de juros nas decisões de compra
É importante ressaltar que, embora a taxa de juros de 14,75% seja um fator que encarece o crédito, não é o único elemento na decisão de aquisição de um imóvel. Economistas reforçam que, ao considerar a compra ou locação de um imóvel, fatores como faixa de renda, valor disponível para investimento e critérios pessoais também têm peso significativo na escolha.
A experiência da engenheira ambiental Valquíria Sarpa ilustra bem esse ponto. Após precisar mudar de imóvel, ela optou por comprar seu próprio apartamento. “Os aluguéis estavam 70% mais caros em relação ao que eu pagava antes. Fui analisar e, financeiramente, estava compensando mais financiar um imóvel do que continuar pagando aluguel”, explica Valquíria, refletindo um comportamento crescente entre os consumidores que buscam alternativas mais viáveis financeiramente.
Expectativas para o futuro do mercado imobiliário
O aumento expressivo nas vendas de imóveis no Rio de Janeiro traz um otimismo cauteloso para o setor. A expectativa é que a resiliência do mercado continue, mesmo em um cenário de taxas de juros elevadas. O entendimento das mudanças nas necessidades habitacionais e a adaptação das ofertas imobiliárias são fatores que poderão influenciar a continuidade desse crescimento.
Outros especialistas acreditam que a combinação entre políticas habitacionais e o interesse em adquirir imóveis pode estabilizar o mercado a médio e longo prazo. O desafio será manter a acessibilidade dos imóveis, especialmente para as famílias de menor renda, garantindo que a evolução do setor não comprometa o acesso à habitação digna.
Os dados apresentados são um reflexo do panorama atual e apontam para um mercado que, embora enfrente desafios, começa a encontrar caminhos para sua recuperação e crescimento, proporcionando novas oportunidades para os consumidores. Para quem está em busca de imóveis, seja para comprar ou alugar, o momento pode ser propício para decisões informadas e vantajosas.
Em suma, o mercado imobiliário do Rio de Janeiro se mostra dinâmico e repleto de oportunidades. Os próximos meses serão cruciais para verificar se essa tendência de alta se consolidará, posicionando a cidade como uma referência no setor.
