Brasil, 21 de julho de 2025
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Proliferação de plantas aquáticas altera qualidade da água em Piripiri

A qualidade da água do Açude Caldeirão em Piripiri apresenta alterações, mas não impacta significativamente o seu uso.

A qualidade da água do Açude Caldeirão, localizado em Piripiri, Piauí, foi revista em um recente estudo realizado pela Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semarh) em parceria com a Universidade Federal do Piauí (UFPI). O relatório, divulgado na última segunda-feira (26), concluiu que, apesar de uma ligeira proliferação de algas na região, os parâmetros principais, como oxigênio dissolvido, pH e temperatura, permanecem dentro dos limites normais, assegurando a potabilidade e os usos do recurso hídrico.

Avaliações detalhadas da água

De acordo com o engenheiro químico e professor Carlos Ernando, as análises revelaram um aumento nos níveis de fósforo, um indicador que sugere uma possível vinculação com o crescimento de algas. “Enquanto houve um leve aumento no fósforo, outros aspectos relacionados à qualidade da água, como oxigênio dissolvido e pH, permanecem em equilíbrio. Isso é um ponto positivo,” afirmou o especialista.

Por outro lado, o biólogo Giovani Carvalho, da Semarh, observou que a proliferação das algas ocorre principalmente em áreas de remanso do açude, onde a circulação da água é mais reduzida. Para ele, um monitoramento mais exhaustivo nessas localidades é fundamental para compreender completamente o fenômeno e suas causas, além de prevenir incidentes futuros.

Monitoramento e cuidados necessários

A análise das condições do Açude Caldeirão começou com uma vistoria detalhada realizada pela equipe técnica da Semarh no dia 7 de maio. A equipe identificou a presença da salvínia, uma planta aquática originária da família Salviniaceae, que se expande rapidamente em ambientes aquáticos ricos em nutrientes. Esta presença levanta preocupação quanto a um possível processo de eutrofização no açude, caracterizado pelo acúmulo excessivo de substâncias nutritivas como nitrogênio e fósforo.

Na ocasião, as amostras de água foram enviadas à UFPI para que novas análises laboratoriais fossem realizadas, permitindo uma compreensão mais profunda da interação entre as plantas aquáticas e a qualidade da água do açude.

Impactos da poluição e das mudanças climáticas

A proliferação de algas e plantas aquáticas em corpos d’água é uma questão que impacta diversos mananciais ao redor do Brasil. O Açude Caldeirão não é uma exceção. Investigadores têm alertado que a poluição dos rios e os efeitos das mudanças climáticas estão, gradualmente, alterando a qualidade da água, o que pode resultar em consequências para a fauna, flora e, principalmente, para as comunidades que dependem desses recursos.

Estudos anteriores já mostraram que condições favoráveis ao crescimento de algas, como temperaturas elevadas e um aumento na concentração de nutrientes, estão relacionados a práticas agrícolas e de urbanização inadequadas. Portanto, é essencial que as autoridades responsáveis implementem políticas eficientes de gestão e preservação dos recursos hídricos.

Próximos passos para o Açude Caldeirão

Com a continuidade do monitoramento e a implementação de medidas de controle, espera-se que as autoridades consigam não apenas mitigar os efeitos da proliferação de algas, mas também promover a conscientização sobre a importância da conservação dos recursos hídricos. O ideal seria realizar campanhas educativas para o público local, informando sobre a correta destinação do lixo e as práticas agrícolas responsáveis, que visem evitar o escoamento de substâncias poluentes para os mananciais.

O trabalho conjunto entre instituições públicas e a comunidade é fundamental para eficientemente administrar a qualidade da água do Açude Caldeirão e garantir a segurança e saúde da população que dele depende.

A presente análise é um lembrete da importância da vigilância constante sobre nossos recursos naturais e da necessidade de um planejamento sustentável em meio a um cenário tão desafiador como o da gestão de recursos hídricos no Brasil.

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