Brasil, 30 de maio de 2025
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PGR investiga Eduardo Bolsonaro por atuações nos EUA contra autoridades brasileiras

A Procuradoria-Geral da República pediu a abertura de inquérito sobre as ações de Eduardo Bolsonaro nos Estados Unidos contra autoridades brasileiras.

A Procuradoria-Geral da República (PGR) solicitou, nesta segunda-feira, a abertura de um inquérito para investigar as atividades do deputado federal Eduardo Bolsonaro, que reside nos Estados Unidos desde fevereiro. As ações do parlamentar, que é filho do ex-presidente Jair Bolsonaro, são alvo de uma análise devido a postagens em redes sociais e entrevistas que ele concedeu a diferentes veículos de imprensa. O procurador-geral, Paulo Gonet, expressou preocupações quanto ao “tom intimidatório” presente nas declarações de Eduardo e seu possível impacto nas decisões judiciais no Brasil.

PGR aponta intimidação a agentes públicos

No pedido de investigação, Gonet destaca que a postura de Eduardo Bolsonaro pode intimidar não apenas os envolvidos em investigações, mas também os julgadores de uma ação penal. “Percebe-se o propósito de providência imprópria contra o que o sr. Eduardo Bolsonaro parece crer ser uma provável condenação”, afirma a PGR. Essa atitude é considerada um esforço para embaraçar o andamento de um julgamento técnico, além de perturbar as investigações conduzidas pela Polícia Federal.

O inquérito em questão (Inquérito 4.781) apura ataques ao Tribunal Superior Eleitoral e ao Supremo Tribunal Federal, através de notícias falsas e ameaças virtuais. O procurador ressalta a “motivação retaliatória” notada nas ações de Eduardo contra autoridades da Polícia Federal e da PGR, afirmando que demonstram um clima de ameaça em relação a esses órgãos e seus familiares.

Ameaças e sanções do governo dos EUA

Eduardo Bolsonaro, em suas declarações, parece sugerir que as suas articulações em solo americano poderiam acarretar medidas punitivas por parte do governo dos Estados Unidos. Gonet menciona que o deputado se apresenta como alguém capaz de influenciar decisões, afirmando que “conseguiu motivar, concatenar, desenvolver e aprovar em diversas instâncias” ações contra autoridades brasileiras.

Na semana passada, durante audiência na Comissão de Relações Exteriores do Congresso americano, o chefe do Departamento de Estado, Marco Rubio, comentou sobre a possibilidade de sanções ao ministro Alexandre de Moraes. Isso gerou repercussão e debate sobre a chamada “perseguição política” por parte do judiciário brasileiro. Eduardo Bolsonaro se manifestou afirmando que as autoridades dos EUA deveriam “não se meter” na “guerra particular” entre Moraes e seus opositores, sugerindo que sanções poderiam resultar em restrições de vistos e bloqueios financeiros.

Consequências potenciais e a Lei Magnitsky

As declarações de Eduardo indicam que ele acredita na implementação de sanções, que poderiam afetar não apenas a vida de Moraes, mas também de pessoas próximas a ele. “Qualquer pessoa que se relacione com Alexandre de Moraes também ficará à mercê de receber essas mesmas punições”, alertou o deputado em entrevista à CNN. Esta situação se complica ainda mais devido ao fato de que Moraes pode ser enquadrado na Lei Magnitsky, que permite a sanção de indivíduos considerados culpados de crimes como corrupção ou violações graves dos direitos humanos, independentemente de sua nacionalidade. As sanções podem ter um impacto severo, afetando a vida financeira e digital dos envolvidos.

A gravidade das denúncias contra Eduardo Bolsonaro

O procurador Gonet enfatiza que a gravidade das alegações contra Eduardo é tal que, na visão da PGR, o que ele defende, “porfiadamente”, junto ao governo americano, poderia ser descrito como uma “pena de morte civil internacional”. Tais declarações refletem a preocupação da PGR com o que consideram ser um risco significativo não apenas ao sistema judicial brasileiro, mas também à configuração do Estado de Direito no Brasil.

O desdobramento desse caso poderá ter impactos relevantes na política brasileira, especialmente no que diz respeito às relações entre as instituições nacionais e internacionais. A definição do inquérito poderá abrir novas discussões sobre a atuação de deputados e a influência internacional na política local.

Com as recentes movimentações nos EUA sobre a imposição de sanções, o cenário se torna ainda mais tenso, criando um dilema sobre a proteção de autoridades e a persistência de possíveis abusos de poder no Brasil.

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