Dados divulgados pelo Banco Central nesta segunda-feira (26) indicam que a projeção do crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) para 2025 foi ajustada de 2,02% para 2,14%. Ao mesmo tempo, a estimativa de inflação permanece em 5,50%, bem acima do teto da meta oficial de 4,5% para o mesmo período.
Projeções econômicas para 2025 e 2026
A pesquisa, que contou com contribuições de mais de 100 instituições financeiras na semana passada, faz parte do relatório “Focus”, divulgado pelo Banco Central. Segundo o documento, a estimativa de crescimento do PIB em 2026 se mantém em 1,70%, refletindo uma expectativa de desaceleração gradual da economia.
Inflação acima do teto da meta
Para 2025, a expectativa de inflação permanece estável em 5,50%, sendo superior ao limite máximo do sistema de metas contínuas, que é de 4,5%. Desde o início de 2025, quando entrou em vigor o novo sistema, o objetivo é que a inflação oscile entre 1,5% e 4,5%.
Para os anos seguintes, as projeções de inflação continuam acima do limite superior da meta: 4,50% em 2026, 4% em 2027 e 3,81% em 2028. O Banco Central tem a responsabilidade de ajustar a taxa básica de juros, a Selic, para tentar manter a inflação dentro desse intervalo.
Impactos e perspectivas futuras
Segundo o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, a meta de inflação pode ser novamente descumprida em junho, caso a inflação acumulada em doze meses permaneça acima do limite por seis meses consecutivos. Caso isso ocorra, o BC deverá enviar uma carta pública ao Ministério da Fazenda explicando os motivos.
O cenário atual é influenciado por fatores como a alta atividade econômica, a queda do real e eventos climáticos extremos, fatores que contribuíram para o cumprimento da meta de inflação de 2024, embora com dificuldades. Além disso, há expectativa de que a inflação acumulada até meados de 2026 seja afetada pelas políticas adotadas pelo BC neste momento.
Taxa de juros e câmbio
Quanto às taxas de juros, os economistas do mercado financeiro mantiveram a projeção do juro básico (Selic) em 14,75% ao ano para o final de 2025. Para 2026, a previsão é de 12,50% e, para 2027, de 10,50% ao ano.
Na estimativa do câmbio, o dólar deve fechar 2025 em R$ 5,80, uma leve redução em relação ao R$ 5,82 previsto anteriormente. Para 2026, a projeção permanece em R$ 5,90.
Outras estimativas econômicas
As expectativas para a balança comercial indicam um superávit de US$ 74,8 bilhões para 2025, ligeiramente abaixo dos US$ 75 bilhões anteriores. Para 2026, o saldo positivo permanece em US$ 78,5 bilhões. Quanto aos investimentos estrangeiros diretos, ambos os anos continuam com previsão de entrada de US$ 70 bilhões.
Acompanhe detalhes e análises completas na reportagem do G1.