Na última sexta-feira, os investidores do frigorífico aprovaram a listagem das ações da JBS na Bolsa de Nova York, o que pode acrescentar até R$ 70 bilhões à capitalização de mercado da empresa no curto prazo, segundo estimativas do BTG Pactual. A estratégia visa reduzir o deságio das ações da companhia, negociadas a múltiplos menores do que seus pares no exterior.
Razões por trás da valorização e estratégia de listagem da JBS
Segundo o banco de investimentos, a valorização se deve à elevação dos múltiplos utilizados na avaliação da empresa — especificamente, o EV/Ebitda. Este múltiplo relaciona o valor total da companhia, o EV (enterprise value), à sua geração de caixa medida pelo Ebitda. Atualmente, a JBS é negociada a um múltiplo de 5,5 vezes o EV/Ebitda estimado para 2025, abaixo de concorrentes como Tyson (7,7x) e Pilgrim’s Pride (PPC), subsidiária americana da própria JBS, negociada a 6,4x.
O relatório do BTG aponta que, embora alcançar o mesmo múltiplo da Tyson exija mudanças mais estruturais, uma aproximação com a valução da PPC parece viável no curto prazo. Caso a JBS consiga fechar essa diferença, a estimativa é de uma valorização potencial de 33% até 84%, dependendo do cenário.
Impacto financeiro e perspectivas de valorização
Na prática, essa valorização representaria um aumento de até R$ 28 bilhões, elevando o valor de mercado da JBS na B3 de R$ 85 bilhões para cerca de R$ 113 bilhões. Em um cenário mais agressivo, a valorização poderia chegar a R$ 71,4 bilhões, levando a capitalização para aproximadamente R$ 157 bilhões.
Foco na reavaliação do múltiplo após a listagem
Enquanto a atual fase da JBS está marcada pelo bom desempenho dos lucros, os analistas do BTG destacam que o foco mudará para o potencial de reavaliação do múltiplo de mercado da empresa. A estratégia de listagem nos EUA visa justamente essa mudança, permitindo uma maior valorização baseada em expectativas e potencial de crescimento.
Próximos passos e considerações
A aprovação pelos investidores e a inclusão na NYSE podem abrir espaço para uma nova fase na avaliação da companhia, com maior atratividade para investidores internacionais. O impacto positivo em valor de mercado reforça a estratégia adotada pela família Batista, que busca reduzir o desconto das ações brasileiras frente a seus pares.
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