O Índice de Confiança do Consumidor (ICC), medido pelo FGV Ibre, registrou alta de 1,9 ponto em maio, atingindo 86,7 pontos, pelo terceiro mês consecutivo de avanço. Os dados indicam uma percepção menos pessimista por parte dos brasileiros, embora o índice ainda esteja abaixo da marca de 100 pontos, que sinaliza otimismo.
Tendência de recuperação da confiança
Segundo Anna Carolina Gouveia, economista do FGV Ibre responsável pelo indicador, há sinais de uma recuperação gradual da confiança, que sofreu uma forte queda entre dezembro do ano passado e fevereiro deste ano. “Somente o indicador de expectativas em relação à economia local está acima de 100 pontos nos últimos dois meses, demonstrando um otimismo moderado para os próximos meses”, explica Anna Carolina.
Situação financeira e expectativas
Apesar da melhora no índice, os dados sobre a situação financeira das famílias ainda não refletem essa confiança, e o nível de pessimismo persiste em alguns segmentos. A economista ressalta que é necessário aguardar para verificar se esse otimismo será mantido e se a percepção presente também melhorará.
Na virada do ano, a previsão era de desaceleração econômica em 2025; no entanto, o resiliência do mercado de trabalho e o aumento da renda têm contribuído para uma percepção mais favorável. “Os consumidores sentem que o primeiro semestre será melhor do que o previsto inicialmente”, reforça Ana Carolina.
Impacto das faixas de renda e mercado de trabalho
Nos dados de maio, a alta do índice de confiança foi registrada em todas as faixas de renda. Destaca-se que a melhora foi puxada principalmente pela redução do pessimismo quanto à situação financeira atual das famílias, mesmo com o endividamento ainda elevado. Apesar de um avanço modesto para quem ganha até R$ 2.100, foi a primeira recuperação após cinco quedas consecutivas nesse segmento.
A melhora na percepção sobre a economia atual esteve atrelada ao mercado de trabalho, embora o endividamento continue sendo uma preocupação. Ainda assim, a inflação, embora acima da meta, apresenta níveis controlados e não demonstra sinais de descontrole absoluto, o que reforça maior confiança entre os consumidores.
Perspectivas econômicas
De acordo com análises recentes, a agricultura e a renda têm atenuado os efeitos de juros altos na economia brasileira. A expectativa é de que a desaceleração seja menos intensa do que se previa, contribuindo para uma recuperação progressiva do ambiente econômico.
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