Na manhã desta segunda-feira (26), comerciantes, donos de quiosques e ambulantes se reuniram em um protesto na Avenida Atlântica, em Copacabana, na Zona Sul do Rio de Janeiro. A manifestação é uma resposta ao decreto assinado pelo prefeito Eduardo Paes, que estabelece novas regras para as orlas cariocas e entrará em vigor a partir do dia 1º de junho.
As novas regras e suas implicações
O decreto, publicado há apenas dez dias, traz uma série de exigências que devem ser seguidas pelos quiosques, barracas e ambulantes que atuam nas praias do Rio. Entre as proibições estão a proibição da música ao vivo e o uso de garrafas de vidro nos estabelecimentos da orla. O objetivo declarado da prefeitura é garantir mais segurança, conforto e organização tanto para os frequentadores das praias quanto para os trabalhadores que lá atuam.
A decisão de proibir a música ao vivo, um dos principais atrativos dos quiosques, gerou grande insatisfação entre os comerciantes. De acordo com a concessionária Orla Rio, a música ao vivo pode aumentar em mais de 10% o ticket médio dos estabelecimentos e desempenha um papel fundamental na manutenção de empregos, especialmente durante a baixa temporada. Segundo estimativas, a falta dessa atração pode resultar em uma perda anual de dezenas de milhões de reais e na eliminação de mais de 1.200 postos de trabalho diretos e indiretos.
A reação dos comerciantes
Bruno de Paula, empresário e sócio de cinco quiosques na cidade, expressou suas preocupações em relação à nova legislação. “A questão de não ter música é algo primordial para todos os quiosques. Não só como atrativo para turistas, mas como geração de empregos. São mais de 550 músicos por mês que a gente contrata”, afirmou Bruno, ressaltando a importância da música para o setor.
A proibição do uso de garrafas de vidro, tanto por quiosques quanto por ambulantes, também foi criticada pelos comerciantes. O secretário municipal de Ordem Pública, Brenno Carnevale, informou que a nova regra ainda deve passar por regulamentações específicas.
Discussão na Câmara dos Vereadores
Uma audiência pública na Câmara dos Vereadores foi agendada antes da publicação do decreto e reuniu, na semana passada, dezenas de comerciantes da orla, vereadores e representantes das categorias afetadas. O debate foi convocado pelo vereador Flavio Valle (PSD), que apresenta um projeto de lei propondo um ordenamento das praias do Rio de Janeiro, mas com regras distintas em alguns pontos.
Embora a audiência tivesse como foco o projeto de Valle, acabou sendo dominada pela discussão sobre o decreto de Eduardo Paes. Durante a reunião, os vereadores e representantes dos trabalhadores da orla concordaram sobre a necessidade de um ordenamento das praias, mas criticaram alguns itens específicos do decreto, especialmente a proibição da música ao vivo. Diante da pressão e do diálogo estabelecido durante a audiência, há a expectativa de que o prefeito reavalie algumas das medidas impostas.
Próximos passos e fiscalização
A fiscalização das novas regras terá início em 1º de junho. Até essa data, agentes da Secretaria de Ordem Pública estão realizando ações de orientação com os comerciantes da orla em relação às mudanças. A expectativa é que o diálogo entre o governo municipal e os trabalhadores continue, possibilitando uma reflexão das normas que, para muitos, afetam diretamente a economia e o modo de vida dos que dependem do turismo e das atividades nas praias do Rio de Janeiro.
Enquanto isso, os comerciantes seguem mobilizados, buscando apoio e promovendo novas discussões sobre a sustentabilidade de seus negócios diante das restrições impostas pelo novo decreto.
Para mais informações, acesse a [Fonte](https://g1.globo.com/rj/rio-de-janeiro/noticia/2025/05/26/protesto-copacabana-zona-sul-do-rio.ghtml).