O presidente Donald Trump anunciou que irá prorrogar até 9 de julho o prazo para a União Europeia enfrentar tarifas de 50%, após uma ligação telefônica com a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen. A decisão ocorre enquanto as negociações comerciais entre os dois lados permanecem tensas.
Conflito de tarifas e negociações interrompidas
Trump, que inicialmente ameaçava aplicar uma tarifa de 20% sobre diversos produtos europeus, afirmou que decidiu adiar a cobrança de tarifas mais altas por causa de uma conversa “muito agradável” com Von der Leyen. O anuncio foi feito no domingo, no Aeroporto de Morristown, em Nova York, durante retorno a Washington. A União Europeia havia apresentado uma proposta revisada aos EUA com o objetivo de destravar as negociações, incluindo tarifas, barreiras não tarifárias e mecanismos de cooperação econômica.
Contexto e perspectivas do conflito comercial
Na semana passada, Trump ameaçara elevar as tarifas de 20% para 50%, acusando a UE de atrasar as negociações e de prejudicar empresas norte-americanas com processos e regulamentações injustas. Especialistas sugerem que EUA e UE poderiam eliminar muitas tarifas, mas Trump concentra suas críticas em barreiras não tarifárias, dificultando o avanço.
Impactos econômicos e comerciais
A ameaça de tarifas de 50% envolvia US$ 321 bilhões em comércio bilateral e poderia diminuir o PIB dos EUA em cerca de 0,6%, além de elevar os preços ao consumidor em mais de 0,3%, de acordo com cálculos da Bloomberg Economics. Além das tarifas, os EUA buscam pressionar a UE a reduzir obstáculos ao comércio de produtos estratégicos, como chips e equipamentos militares.
Diferenças e objetivos nas negociações
Trump afirmou que seu objetivo com tarifas é incentivar empresas a produzirem mais nos Estados Unidos, especialmente em setores como tecnologia e defesa, não necessariamente voltar a fabricar têxteis ou produtos de baixo valor. “Queremos fabricar coisas grandes aqui, como chips, computadores e desenvolver inteligência artificial”, declarou. O presidente também ameaçou tarifas adicionais de 25% sobre smartphones produzidos por empresas como Apple e Samsung.
Desafios internos e múltiplas negociações
O vice-secretário do Tesouro dos EUA, Michael Faulkender, explicou que o país enfrenta o desafio de negociar tarifas com a UE como bloco, ao mesmo tempo em que tenta resolver questões semelhantes com países individualmente, criando um “problema de negociação”.
Próximos passos e possibilidades
A expectativa é que as negociações continuem até 9 de julho, data que marca o encerramento da pausa de 90 dias de Trump sobre as tarifas recíprocas. Segundo fontes não divulgadas, a UE estaria aberta a avançar nas tratativas e buscar um acordo que envolva tarifas, barreiras não tarifárias, investimentos e cooperação internacional, buscando evitar a escalada do conflito.
Mais informações sobre o desfecho das negociações podem ser acompanhadas nesta matéria do Globo.
