No último domingo (25), um emocionante relato sobre a luta pela guarda de uma criança foi compartilhado por Rosimeire Aparecida Santos Almeida, mãe adotante que viveu um verdadeiro dilema familiar. Em entrevista ao Vanguarda Comunidade, ela descreveu a angústia enfrentada ao ser informada sobre a necessidade de entregar a filha adotiva, após a convivência de dez meses em um lar onde o amor e o afeto já estavam consolidados.
A batalha legal pela guarda
Hzs lembranças de Rosimeire são vivas quando fala sobre o momento em que recebeu a notícia de que teria que devolver sua filha. “Depois de 10 meses já em casa com a gente, com a convivência já estabelecida, tendo um lar afetivo, porque ela já sabia quem era papai e mamãe, nós fomos comunicados de uma decisão judicial que tinha que fazer a entrega dela. A gente tinha um prazo de fazer de três dias. E aí começou a nossa batalha”, recorda, mostrando a fragilidade de situações familiares que envolvem a adoção.
A situação gerou um profundo impacto não apenas na família, mas também trouxe à tona discussões sobre os direitos das crianças e a importância do vínculo afetivo nas relações familiares. Por trás de cada história de adoção, existe um caminho repleto de desafios legais e emocionais que requerem sensibilidade e entendimento por parte de todos os envolvidos.
A importância do afeto na adoção
O caso de Rosimeire evidencia a vital importância do amor em lares adotivos. A adoção, além de um processo jurídico, é uma construção emocional que tende a formar laços familiares duradouros e a proporcionar um ambiente seguro e afetuoso para as crianças. “O amor que temos pela nossa filha é incondicional. Não importa a batalha que tivemos que enfrentar, estamos felizes por tê-la conosco”, enfatiza.
A luta pela guarda trouxe à tona a necessidade de uma avaliação mais profunda sobre como as leis brasileiras tratam a adoção e a permanência das crianças em seus lares. Especialistas advocatícios e defensores dos direitos das crianças reconhecem que a justiça muitas vezes corre o risco de desconsiderar os laços emocionais que se formam entre pais adotivos e filhos.
O papel do STJ na decisão
Recentemente, uma decisão importante do Superior Tribunal de Justiça (STJ) permitiu que famílias como a de Rosimeire pudessem celebrar a permanência de seus filhos adotivos. Essa nova orientação do STJ tem se provado essencial para assegurar que o bem-estar da criança e seu direito à convivência familiar sejam prioritários em casos de adoção.
“Graças a essa nova visão, conseguimos garantir a guarda da nossa filha, e estamos imensamente agradecidos. Esse reconhecimento é um passo importante para que outras famílias possam viver o mesmo amor que nós vivemos”, conta Rosimeire, emocionada e aliviada.
Reflexões sobre a adoção moderna
À medida que a sociedade avança, é fundamental que as legislações também acompanhem as transformações sociais. Falar sobre adoção não deve ser apenas sobre leis, mas sim sobre a criação de laços e o fortalecimento de lares onde o amor e a proteção são ofertados. Os casos de Rosimeire e sua luta mostram que, além de um direito, a adoção é uma prática que deve ser celebrada pela sua capacidade de transformar vidas.
Nesta jornada, é imprescindível que novos paradigmas sejam discutidos e que a voz das famílias adotivas seja ouvida, garantindo assim que o direito à convivência familiar prevaleça em todas as situações envolvendo a adoção. Com o apoio correto, mais crianças poderão crescer em ambientes acolhedores, cercados de amor e proteção, que é tudo o que merecem.
Por fim, a história de Rosimeire e sua filha nos ensina que a luta pela guarda e pela estabilidade emocional de uma criança não é apenas uma questão legal, mas uma questão de amor que deve ser protegida e comemorada.