Brasil, 25 de maio de 2025
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Família enfrenta dificuldades ao tentar embarcar cão de serviço

Família de menina autista não consegue embarcar cão de serviço em voo para Portugal, enfrentando problemas com companhia aérea.

Uma família brasileira está enfrentando um grave impasse ao tentar embarcar seu cão de serviço, Tedy, em um voo da companhia TAP com destino a Portugal. A situação se tornou crítica devido a complicações legais e à recusa da empresa em cumprir uma decisão judicial que permitia o embarque do animal. Hayanne Porto, a irmã da criança autista, estava ansiosa aguardando a chegada de Tedy, que tem um papel fundamental no bem-estar emocional da menina.

O papel crucial do cão de serviço

O médico Renato Sá, pai de Hayanne, destacou a importância de Tedy na vida da filha de 12 anos, que é autista e não-verbal. “Ela tem crises de agressividade e ansiedade, e Tedy é essencial para acalmá-la”, explicou Renato. Com Tedy ao seu lado, a criança consegue enfrentar melhor as dificuldades do dia a dia.

No último sábado (24), a família ficou mais de 12 horas aguardando o embarque no Aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro, apenas para ser informada de que o animal não poderia embarcar. O voo estava marcado para decolar às 15h40, mas foi cancelado. Um segundo voo, que deveria ter saído às 20h25, também sofreu atrasos e partiu apenas na madrugada do domingo (25). A família não conseguiu embarcar, e Hayanne teve que retornar para casa.

Decisão judicial ignorada pela TAP

A situação se agravou com a recusa da TAP em cumprir a decisão judicial que determinava o embarque de Tedy na cabine junto com Hayanne. Apesar de ter segurança jurídica, a companhia aérea sugeriu que o cão viajasse no bagageiro, o que foi prontamente recusado pela família. Um gerente da TAP chegou a ser autuado pela Polícia Federal por desobediência, evidenciando a gravidade da situação.

Para complicar ainda mais o quadro, o Certificado Veterinário Internacional (CVI), que é necessário para a viagem de Tedy, expirou no início da manhã deste domingo. Isso pode impactar futuras tentativas de embarque e reforça a urgência da situação.

Comunicação e angustia familiar

De acordo com Renato, a dificuldade de comunicação da filha acentuou a angústia da situação. “Ela não consegue expressar o que sente, e isso gera ainda mais ansiedade. Utilizamos um aplicativo para explicar que foi um imprevisto, mas é difícil esclarecer o motivo real da recusa”, lamentou o pai.

A pesagem emocional na família é bastante palpável, com a menina já tendo passado por crises antes da aguardada chegada do cão. “Ontem, ela estava animada esperando Tedy e teve outra crise quando soube que não ia embarcar”, disse Renato, demonstrando a tensão enfrentada por todos.

Histórico do caso e suas repercussões

O desenrolar dessa situação remonta a 8 de abril, quando a família já havia tentado embarcar Tedy e enfrentou a recusa da TAP. Na ocasião, o juiz Alberto Republicano de Macedo Júnior, da 5ª Vara Cível de Niterói, havia concedido um mandado que garantiu o direito do embarque do animal junto à criança. No entanto, mesmo com a decisão judicial em mãos, a companhia insistiu em medidas que foram consideradas inadequadas pela família.

Tedy já havia realizado uma viagem anterior para o exterior, acompanhando Hayanne em uma viagem para Orlando, nos Estados Unidos, onde o cão foi treinado para lidar com diferentes situações, como ficar horas sem se alimentar. Isso reforça a capacidade do animal em cumprir sua função como apoiador emocional e de serviço.

Próximos passos e perspectivas

Após retornar para casa, a família planeja entrar com um novo pedido judicial na próxima segunda-feira, buscando resolver a situação e garantir o embarque de Tedy. A advogada da família, Fernanda Lontra, enfatizou a necessidade de que a TAP cumpra a liminar e permita o embarque do cão de serviço. A situação é um reflexo das complexidades envolvidas na legislação sobre transporte de animais de serviço e as obrigações das companhias aéreas.

Com a expectativa de que Tedy possa, finalmente, acompanhar Hayanne em Portugal, a família aguarda ansiosamente por uma resolução que leve em consideração não só a legalidade, mas também o bem-estar emocional da criança autista.

O caso ganha nova atenção à medida que mais pessoas se tornam cientes das dificuldades às quais famílias com membros autistas se deparam, reiterando a importância do suporte emocional e a necessidade de adequações nas políticas de transporte aéreo.

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