Em um cenário onde veículos modernos dominam as ruas, Messias Caraça de Campos, de 69 anos, é um exemplo de resistência às inovações tecnológicas. Morador do bairro Jaguari, em Santa Isabel, ele prefere utilizar a boa e velha charrete como seu meio de transporte. Para ele, a charrete é mais do que um simples veículo; é um símbolo de uma tradição que atravessa gerações em sua família, trazendo consigo histórias e memórias que merecem ser preservadas.
Um pouco da história de Messias
Messias nasceu e cresceu em Santa Isabel, onde desde pequeno teve contato com a vida rural e as tradições locais. Ele conta que sempre admirou a simplicidade e a eficácia da charrete, utilizada por sua família ao longo dos anos. Enquanto muitos se rendem ao trânsito caótico das grandes cidades, Messias encontra paz e tranquilidade em seus passeios pela cidade com seu animal e sua charrete, desfrutando de um tempo que parece ter parado.
A importância da charrete na vida comunitária
A charrete, embora considerada um meio de transporte do passado, ainda tem um espaço significativo na vida de algumas comunidades, especialmente em áreas mais rurais. Para Messias, o uso da charrete não é apenas uma escolha de transporte, mas também um modo de conectar-se com sua herança e suas raízes. “O cavalo e o carro que Deus deixou”, ele afirma, referindo-se ao valor que dá ao seu animal e à charrete que o acompanha diariamente. Essa frase simples ressoa profundamente com muitos que valorizam as tradições e o que elas representam em termos de identidade e cultura.
Os desafios de manter a tradição
Apesar de seu apego à charrete, Messias enfrenta alguns desafios. Vez ou outra, é visto como um “strangeiro” pela nova geração que só conhece os meios de transporte modernos. O trânsito esperado e o desprezo por práticas tradicionais muitas vezes fazem com que ele tenha que se adaptar a uma nova realidade, sustentando sua prática em meio à impaciência e desinteresse de alguns. No entanto, sua paixão e determinação são mais fortes, e ele planeja continuar utilizando a charrete enquanto a saúde e a vida permitirem.
Um legado para as próximas gerações
Messias entende que sua escolha de transporte é uma maneira de deixar um legado para seus filhos e netos. Ele espera que, ao verem a importância e o valor que essa prática representa, eles também se sintam inspirados a preservar tradições familiares. Ele ensina-os, sempre que pode, sobre a história da charrete e os significados que ela possui, incutindo neles o valor do respeito às raízes e à cultura local.
Conclusão: a tradição vale a pena
Enquanto o mundo avança para a modernidade, a história de Messias Caraça de Campos serve como um lembrete valioso da importância de manter vivas as tradições. A charrete é mais do que um modo de transporte; é um objeto repleto de histórias, simbolizando a perseverança e o amor pelas raízes familiares. Para muitos, como Messias, essa tradição é um bem inestimável que transcende o tempo e merece respeito e reconhecimento. Em cada passeio pela cidade a bordo de sua charrete, ele não só viaja por Santa Isabel, mas também leva consigo a rica história de sua família e da cultura local, desafiando o ritmo acelerado da modernidade.