Brasil, 25 de maio de 2025
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Bordadeiras da Caatinga expõem arte no 19º Salão do Artesanato

O grupo Bordadeiras da Caatinga apresenta sua arte no Salão do Artesanato em São Paulo, destacando cultura e resistência do sertão.

O grupo Bordadeiras da Caatinga, que já conquistou o título de melhor bordado em fio contado do mundo, está em destaque no 19º Salão do Artesanato, que ocorre no Pavilhão da Bienal, em São Paulo. A exposição, que segue até domingo (25), representa uma valiosa oportunidade para esse coletivo, que é um símbolo da cultura piauiense, mostrar ao mundo as riquezas do artesanato produzido no sertão, atraindo turistas e artistas de diversas partes do planeta.

A arte que desafia a seca

As talentosas mulheres que compõem o grupo Bordadeiras da Caatinga vêm de Dom Inocêncio, localizado na microrregião de São Raimundo Nonato, onde a realidade da seca é desafiada através de bordados vibrantes de flores e folhagens. Utilizando uma técnica conhecida como fio contado, similar ao ponto cruz, elas produzem peças com fios e tecidos de algodão ou linho. Dentre as criações mais populares, encontram-se jogos de cama, mesa e banho, além de vestuário, que retratam com perfeição a beleza do sertão.

Fotos: Divulgação

Bordados que contam histórias

Cada peça é mais do que um simples objeto; elas carregam histórias que refletem as criadoras e a flora local, incorporando nomes como Ivandete, Odete e Gracinha, bem como elementos típicos da natureza regional, como palma, facheiro e cacto. Essa prática não só exalta a identidade da cidade de Dom Inocêncio, mas também homenageia a Fundação Ruralista, fundada pelo Padre Manuel Lira Parente, que organizou essas mulheres em busca de uma alternativa viável de geração de renda, promovendo uma forma de dignidade e sustento através do bordado.

Reconhecida nacional e internacionalmente, a qualidade dos Bordados da Caatinga impressiona. As peças já foram apresentadas em estados como Rio Grande do Sul, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e no Distrito Federal, além de diversas exposições em países como Estados Unidos e França. O bordado foi considerado o melhor do mundo em 1983, durante um congresso de artesanato da Unesco em Paris, e, em 2005, o grupo recebeu o prêmio Petrobrás Fome Zero, reforçando sua relevância no cenário artístico.

Um legado que perdura

A atuação da Fundação Ruralista já se estende por mais de 50 anos, durante os quais mais de mil mulheres passaram por capacitações que transformaram a arte do bordado em uma fonte de renda e uma forma de reconexão com a cultura local e a ancestralidade. Por meio dessa ação, o bordado se torna não apenas uma prática artística, mas uma maneira de resgatar e valorizar as tradições e a história do povo piauiense.

A importância do artesanato no Piauí

O secretário de Estado da Cultura do Piauí, Rodrigo Amorim, sublinha a relevância do setor artesanal no estado: “O artesanato piauiense é um dos segmentos que merecem atenção especial, por reunir milhares de produtores, uma rede tradicional e informal de comercialização, formas coletivas de produção e produtos criativos impregnados de identidade cultural, com ampla aceitação no mercado nacional e internacional”. Para ele, o artesanato é um preservador da cultura, uma fonte de geração de emprego e renda, além de ser uma poderosa ferramenta de promoção do turismo no Piauí.

O evento que celebra a diversidade

O 19º Salão do Artesanato, que ocorre até domingo (25), possui entrada gratuita e reúne mais de 300 expositores. O evento é um verdadeiro mosaico da diversidade do artesanato brasileiro, apresentando desde técnicas tradicionais até novidades criativas de novas gerações de artistas populares. Juntamente com as Bordadeiras de Dom Inocêncio, outros artesãos piauienses também estão presentes com obras que incluem joias em opalas, biojoias, trançados em palha e arte santeira.

Este evento, além de ser uma vitrine para o talento local, reafirma a importância de manter viva a cultura e a tradição do artesanato brasileiro, um patrimônio que merece ser celebrado e preservado.

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