Brasil, 24 de maio de 2025
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Trotes violentos nas Forças Armadas geram indignação no Brasil

Relatos de agressões e abusos nas Forças Armadas levantam preocupações sobre práticas de iniciação militar.

As Forças Armadas do Brasil enfrentam um crescente escrutínio devido a preocupantes relatos de trotes violentos e abusos físicos e psicológicos contra recrutas. Essas práticas, muitas vezes mascaradas como rituais de iniciação, têm gerado indignação e levantado sérias questões sobre a cultura do “batismo” dentro das instituições militares. A situação ganhou nova intensidade após a divulgação de um vídeo exclusivo pelo Metrópoles, que retrata um recruta da Marinha do Brasil sendo mordido pelas nádegas por colegas durante sua formação no Comando do 8º Distrito Naval, em São Paulo.

Casos de abusos nas Forças Armadas

Os relatos de violência nos quartéis não são novos, mas a frequência e a gravidade desses incidentes têm chamado a atenção da sociedade. Em janeiro de 2025, um soldado de 19 anos foi espancado por colegas no 13º Regimento de Cavalaria Mecanizado em Pirassununga, SP. O jovem foi atingido por objetos contundentes como vassouras e ripas de madeira, resultando em hematomas severos. O caso veio à tona após a divulgação de mensagens de WhatsApp que revelaram a natureza das agressões, além da ameaça de um cabo a respeito do registro da ocorrência.

Espancamento com objetos contundentes

O soldado relatou que as agressões foram cometidas por cinco soldados e um cabo, que tentaram intimidá-lo para que não denunciasse os abusos. O Exército Brasileiro tomou providências e expulsou os seis militares envolvidos após a apuração dos fatos. Este e outros casos recentes têm levado à necessidade urgente de uma reflexão sobre a cultura militar, que ainda permite e, em alguns casos, incentiva práticas abusivas sob o pretexto de “disciplinar” os novos recrutas.

Recruta agredido por colegas durante trote

Afogamento durante trote

Infelizmente, a violência não se limita a espancamentos. Em 2017, três recrutas morreram afogados em um lago durante um trote forçado por um cabo, um tenente e um soldado no 20º Grupo de Artilharia de Campanha Leve, em Barueri. A tragédia ocorreu quando os jovens foram instruídos a se molhar até o pescoço, e um deles acabou escorregando para a parte mais profunda, resultando em uma tentativa de resgate fatal. O caso gerou condenações no Foro da Justiça Militar, com os envolvidos respondendo por homicídio culposo.

Vítimas de afogamento durante treinamento militar

A resposta das autoridades

A gravidade dos abusos levou a Brigada de Infantaria Paraquedista, no Rio de Janeiro, a realizar uma palestra em fevereiro de 2024, promovida pela Procuradoria da Justiça Militar da União, com o intuito de combater os trotes violentos. Com a presença de mais de 500 militares, o evento foco em aumentar a conscientização sobre as consequências dessas práticas. Apesar de alguns avanços, muitos consideram que a resposta ainda é insuficiente diante da seriedade das denúncias e da cultura arraigada de violência nas Forças Armadas.

Espancamento registrado em vídeo

Um caso emblemático ocorreu em 2012, quando um vídeo chocante revelou soldados da Aeronáutica agredindo um recruta durante um trote. As imagens mostraram o jovem sendo forçado a fazer flexões e, em seguida, sendo agredido com chutes e objetos. A repercussão do vídeo levou à identificação dos agressores e afastamento imediato do serviço. No entanto, o impacto psicológico e emocional sobre a vítima permanece um dos principais pontos de debate.

Recruta sendo agredido em trote durante treinamento

Um chamado à mudança

A série de incidentes revela a necessidade urgente de mudanças nas práticas de formação e na cultura militar. As Forças Armadas devem promover uma formação que valorize o respeito e a dignidade, e não a violência e a humilhação. O debate sobre o que constitui uma formação adequada e responsável é mais urgente do que nunca, e a sociedade brasileira deve acompanhar de perto essas questões, exigindo beantidade e respeito através de leis e políticas que garantam a segurança e o bem-estar dos nossos militares em formação.

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