O governo federal está mobilizando uma chapa na atual legislatura do Piauí, com o objetivo de impedir a reeleição do senador Ciro Nogueira (PP). Nogueira, que exerceu o cargo de ministro da Casa Civil durante o governo de Jair Bolsonaro (PL), tornou-se uma das figuras-chave do Centrão, que atualmente busca se posicionar como oposição ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Articulação “anti-Ciro” liderada por Wellington Dias
A articulação contra Ciro Nogueira é coordenada pelo ministro do Desenvolvimento Social e ex-governador do Piauí, Wellington Dias (PT). Na última semana, ele comunicou a aliados que apoiará a reeleição do senador Marcelo Castro (MDB), além de buscar chances para o deputado federal Júlio César (PSD), ambos membros do Centrão.
A estratégia foi explicitada em um evento realizado em Brasília, onde Júlio César celebrou uma festa que contou com a presença de Wellington Dias e três ministros do PSD, formalizando indiretamente sua candidatura ao Senado para o pleito de 2026.
O encontro em meio à Marcha dos Prefeitos
O encontro que explicitou essa articulação ocorreu durante a Marcha dos Prefeitos, momento em que Júlio César utilizou um telão para exibir uma foto ao lado de Wellington e Lula, quase como um “santinho digital”, informando aos municípios acerca de suas intenções eleitorais.
Nas eleições de 2026, duas vagas estarão em disputa, atualmente ocupadas por Marcelo Castro e Ciro Nogueira. O plano do PT envolve o apoio a Castro, enquanto tenta que Júlio César obteve a vaga de Nogueira, que, ao que parece, já traçou sua estratégia eleitoral.
Consequências para Ciro Nogueira
Ciro Nogueira, além de ser uma figura proeminente na política local, preside o PP, que está se unindo à União Brasil em uma federação, aumentando sua força no cenário político nacional. Se Nogueira mantiver sua posição de liderança neste mega partido, é possível que ele conquiste uma candidatura à vice-presidência na próxima eleição, uma vez que há discussões em torno de nomes dentro do grupo de direita, que incluem as pré-candidaturas dos governadores Ronaldo Caiado (União-GO) e Ratinho Júnior (PSD-PR).
A divisão nas intenções de candidaturas dentro do bloco da direita reflete a força que Ciro Nogueira pode vir a contar, pela proximidade que mantém com o ex-presidente Bolsonaro, o que o torna um candidato vital para as articulações eleitorais no futuro.
Apoio de Wellington Dias
Com sua recente vitória para o Senado em 2022, Wellington Dias está em uma situação confortável, não precisando se afastar do cargo de ministro enquanto trabalha para apoiar seus aliados eleitorais no Piauí. Com sua influência, o ex-governador tenta reverter o que considera a ascensão de Ciro Nogueira, que se apresenta como um desafio a ser superado nas próximas eleições.
Enquanto isso, a nova configuração política promete estremecer os laços anteriores estabelecidos entre os grupos eleitorais, o que pode ter um impacto profundo nas futuras estratégias eleitorais dentro do estado e em todo o Brasil.
A articulação em curso no Piauí, portanto, reflete um cenário político em transformação, onde as antigas alianças e rivalidades estão se reconfigurando, especialmente com o cenário de 2026 se aproximando rapidamente. O resultado desse planejamento ainda é incerto, mas a movimentação já está claro que pode mudar a dinâmica das relações entre os partidos.
