Brasil, 24 de maio de 2025
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Furtos de café aumentam com alta dos preços em Minas Gerais

Agricultores do Sul de Minas enfrentam prejuízos crescentes devido à onda de furtos de café, impulsionada pelos preços históricos do produto em 2025

Os produtores de café do Sul de Minas vêm enfrentando uma crescente onda de furtos nas lavouras, uma situação que prejudica financeiramente e causa insegurança entre os agricultores. Em 2025, os preços da saca de café atingiram níveis históricos, tornando as plantações ainda mais alvo de criminosos, que aproveitam a vulnerabilidade das propriedades rurais.

Impacto dos furtos na produção e segurança no campo

Casos recentes, como a prisão de um suspeito em Campestre (MG) com sacos de café recém-colhidos e a morte de um indivíduo espancado ao ser pego furtando café em Ibiraci (MG), exemplificam a gravidade do problema. Essas ações criminosas vêm mobilizando agricultores e associações rurais a adotarem medidas de segurança, como câmeras de monitoramento e vigilantes privados.

Prejuízos recorrentes e reação dos produtores

Alessandra Peloso, cafeicultora de Ilicínea, relatou ter sido vítima de furtos três vezes, levando máquinas, sacas de café e outros itens. “Dessa última vez roubaram cerca de 160 sacas, além de pneus e produtos agrícolas”, contou. Apesar do desânimo, ela confia no trabalho da polícia para resolver o caso mais recente.

Segundo Ricardo Schneider, presidente do Centro do Comércio de Café de Minas Gerais (CCCMG), os furtos aumentam conforme os preços do café sobem. “Com a valorização do produto, o risco para os produtores cresce, especialmente onde o café está vulnerável, como nas lavouras”, explicou.

A relação entre alta de preços e criminalidade

O aumento dos preços do café em 2025 está relacionado às condições climáticas adversas, que reduzem a oferta global. Dados mostram que a inflação do café moído atingiu 85,5% nos últimos 12 meses, o maior índice desde 1995. Combinações de seca severa no Vietnã, principal produtor de robusta, e riscos de oferta limitada atuam como fatores que elevam os preços internacionais.

Manifestação de agricultores por mais segurança

Recentemente, agricultores de Campestre realizaram uma manifestação, reivindicando maior segurança contra furtos de café e maquinários. “Estamos assustados, perdemos anos de trabalho por causa da insegurança”, declarou Luiz Fernando Muniz. Giovanni Salomão, outro produtor, questionou: “Vale a pena continuar? Essa situação é insustentável.”

Medidas de segurança e ações das forças policiais

De acordo com a Tenente-coronel Bianca Grossi, comandante do 24º Batalhão da Polícia Militar de Minas Gerais, várias operações estão sendo realizadas para coibir os furtos. Uma delas é a Operação Agro-Gerais Seguro, que realiza buscas, apreensões de armas e prisões, com ações mensais na região.

Ela ainda destacou a importância do contato contínuo com produtores, sindicatos e associações para disseminar orientações de segurança. O uso de câmeras de vigilância com leitura de placas é uma das estratégias que tem se mostrado eficiente, integrando dados ao sistema de inteligência da polícia.

Mobilização das associações e colaboração dos produtores

Fernando Barbosa, presidente da Associação dos Cafeicultores do Sudoeste de Minas, revelou que muitos produtores estão investindo em monitoramento privado devido à extensão das propriedades. “A comunicação com a polícia é essencial. Orientamos os produtores a monitorarem os safristas que chegam às regiões para evitar que criminosos estejam infiltrados”, afirmou.

A Polícia Civil confirmou que trabalha continuamente na apuração desses crimes, com delegacias especializadas em áreas rurais, reforçando o combate aos furtos de café.

Além da segurança: os desafios futuros

O aumento da violência no campo reforça a necessidade de estratégias integradas por parte do setor agrícola e das autoridades de segurança pública. A expectativa é que as ações policiais e a conscientização dos produtores possam reduzir os prejuízos futuros e fortalecer a segurança nas lavouras.

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