Nesta sexta-feira (23), quatro adolescentes foram apreendidos em Pirassununga, interior de São Paulo, por estarem envolvidos na morte do motorista de aplicativos Raphael Diniz, ocorrida no dia 13 de maio. Os jovens, com idades entre 14 e 17 anos, são suspeitos de terem participado do latrocínio, um crime que combina roubo e homicídio, e de terem gravado a própria vítima em momentos de desespero e medo, sem demonstrar arrependimento após o crime.
O caso de Raphael Diniz
Raphael Diniz, um motorista de aplicativo de 38 anos, foi assassinado após aceitar uma corrida em Pirassununga. Seu corpo foi localizado na manhã seguinte, em uma área rural de Rio Claro, apresentando dois tiros na nuca. A esposa da vítima emocionou-se ao comentar sobre o crime: “Mataram um pai maravilhoso porque quiseram”, lamentou, expressando a dor da perda e a brutalidade da situação.
Operação policial e apreensão dos menores
Os menores foram apreendidos durante a “Operação Vocavit”, que contou com a participação das polícias Civil e Militar. O delegado Alexandre Socolowski, responsável pela Delegacia de Investigações Gerais (DIG) de Rio Claro, informou que os jovens participaram da rendição da vítima desde o momento em que o roubo foi anunciado. “Eles gravaram vídeo, inclusive quando a vítima é mantida refém, e após o cometimento desse crime bárbaro, o êxito da ação deles dentro do carro”, detalhou o delegado. O material audiovisual coletado está sendo analisado pela polícia.
Durante a operação, os policiais também apreenderam uma espingarda calibre 28 e encontraram três dos adolescentes em suas residências, enquanto o quarto foi localizado na zona rural da cidade. A polícia revelou que três dos adolescentes apreendidos já tinham registros anteriores envolvendo tráfico de drogas, furto e roubo. Após a detenção, os menores foram levados para a delegacia de Rio Claro e, posteriormente, encaminhados para a Fundação Casa de Piracicaba.
Dinâmica do crime
A investigação detalhou que Raphael foi sequestrado após aceitar uma corrida, sendo levado até Rio Claro, onde transferências via Pix foram feitas de sua conta para um dos criminosos. Inicialmente, os suspeitos planejavam usar Diniz para roubar uma casa em Araras, mas mudaram de ideia, decidindo assassinar o motorista e roubar seu carro e celular.
O veículo foi localizado em Poços de Caldas, Minas Gerais, através do GPS do carro da vítima. Isso levou a polícia à prisão de cinco suspeitos na cidade mineira. Informações obtidas a partir das detenções em Minas resultaram em uma operação em Pirassununga, culminando na prisão de mais dois homens, incluindo o autor dos disparos. A arma do crime foi recuperada, encontrada escondida em um saco de lixo.
Repercussão e continuidade das investigações
O crime brutal gerou grande comoção na região, levando a um empenho significativo dos policiais civis e militares, tanto de São Paulo quanto de Minas Gerais, para esclarecer as circunstâncias e identificar todos os envolvidos no latrocínio. O caso segue em investigação, com a polícia buscando informações sobre possíveis outros delitos em que os suspeitos possam estar envolvidos.
“Foi um crime que comoveu todos os policiais. A investigação prossegue para ver se eles [criminosos] participaram de algo mais ou de outros delitos. Nós até acreditamos que sim, mas com relação ao latrocínio, o caso foi esclarecido”, finalizou o delegado Socolowski.
Esse trágico episódio ressalta não só a gravidade da violência urbana mas também a realidade de muitos profissionais que se arriscam diariamente para garantir a sobrevivência. A trajetória de Raphael Diniz, um pai e trabalhador, representa a luta de muitos cidadãos que enfrentam a insegurança nas ruas.
Por fim, a comunidade local clama por justiça e proteção, enquanto os entes queridos de Raphael tentam encontrar consolo em meio a tanto sofrimento.