Brasil, 23 de maio de 2025
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Recuo de Haddad no IOF aumenta tensão com mercado e dentro do governo

Após anúncio de contenção de R$ 31 bilhões, ministro da Fazenda recuou em medida sobre fundos de investimento, gerando crises internas

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, enfrentou forte resistência no Palácio do Planalto ao tentar implementar uma nova taxação sobre remessas de fundos de investimento ao exterior, o que gerou um recuo importante na noite de quinta-feira. A medida, parte de um pacote de contenção de gastos de R$ 31 bilhões, provocou reações adversas tanto no mercado financeiro quanto entre membros do governo.

Pressão dos investidores leva Haddad a recuar

Após diversos contatos de executivos do setor financeiro, Haddad reconheceu a necessidade de ajustar a proposta, especialmente em relação à taxa sobre remessas de recursos por pessoas físicas. “Houve um erro na taxa aplicada aos fundos de investimentos e decidimos recuar”, afirmou o ministro após conversas com assessores e membros da sua equipe.

O episódio evidencia o desafio do ministro de equilibrar as medidas fiscais com a repercussão no mercado financeiro. Analistas criticaram duramente a decisão de aumentar o IOF, considerando o aumento do imposto uma medida despropositada que poderia gerar ruído na economia.

Disfunções internas e resistência no governo

O recuo gerou desconforto e destacou as divergências internas no governo. Segundo fontes oficiais, a Casa Civil foi informada rapidamente do problema e recomendou que o anúncio de correções fosse feito de forma imediata para evitar desencontros de informação. Em reunião no Palácio do Planalto, ficou decidido que o governo faria um ajuste na noite de quinta-feira, revogando parcialmente a medida.

O episódio também aumentou o isolamento político de Haddad, que já enfrentava resistência de setores como o Ministério do Planejamento e do Banco Central. Gabriel Galípolo, atual presidente do BC, externou sua contrariedade com a taxação, a qual poderia ser interpretada como controle de capitais, gerando instabilidade no mercado.

Impactos e próximos passos

A crise evidencia as dificuldades do governo em manter um alinhamento coeso frente às medidas econômicas e a pressão do mercado. Haddad busca agora reavaliar o diagnóstico fiscal e evitar impactos mais negativos na credibilidade do governo perante investidores e órgãos internacionais.

Segundo fontes ouvidas, a tentativa de blindar a equipe de Haddad foi uma estratégia para limitar os riscos políticos do episódio, mas a controvérsia ainda deverá reverberar nos próximos dias, com possíveis ajustes adicionais nas políticas de arrecadação.

Para entender melhor esse episódio, leia a análise completa no blog de Renata Agostini.

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