O governo federal anunciou nesta quinta-feira (22) um aumento do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras), o que gerou uma onda de críticas de políticos, influencers e especialistas em economia. A medida impacta operações como câmbio, previdência privada e aplicações internacionais, e foi rapidamente revogada após o anúncio, que ocorreu em meio a uma série de desencontros de comunicação oficial.
Reação de lideranças e especialistas ao aumento do IOF
Políticos de oposição, como Jair Bolsonaro, criticaram duramente a medida. Bolsonaro utilizou suas redes sociais para lembrar a redução do IOF durante seu governo e afirmou que o novo aumento tende a dificultar investimentos e encarecer o crédito, prejudicando a economia brasileira. “Trata-se de uma decisão que tende a desestimular investimentos e encarecer o acesso ao crédito, com efeitos negativos sobre a economia brasileira”, declarou o ex-presidente, por meio do X.
O influenciador Felipe Neto também criticou o governo, afirmando que a gestão segue sem planejamento na comunicação e entrega “munição” à oposição. “O governo segue anunciando mudanças sem ligar a mínima pra comunicação e que pegam todo mundo de surpresa”, escreveu Neto em redes sociais, destacando a falta de antecipação às crises.
Além disso, o economista Henrique Esteter criticou duramente o aumento do IOF, chamando a medida de “atrocidade”. Segundo ele, o aumento de 3,5% do IOF em operações internacionais é uma das maiores “atrocidades tributárias dos últimos tempos”.
Impactos previstos e reações políticas
A candidata Marina Helena (Novo-SP) destacou que o aumento do IOF deve gerar uma arrecadação adicional de R$ 20,5 bilhões em 2025 e R$ 41 bilhões em 2026. Ela também lembrou que, desde o início do mandato de Lula, a arrecadação federal já cresceu R$ 234 bilhões acima da inflação, sem que isso tenha sido suficiente para suprir as necessidades do governo.
Na oposição, nomes como o senador Sergio Moro criticaram duramente a política econômica do governo Lula. Moro chamou o atual governo de “perdulário” e usou o termo “sanguessuga” para se referir ao presidente Lula, acusando o governo de aumentar impostos e promover gastança indevida.
Recuo e revogação do aumento do IOF
Após gran des críticas, o governo recuou e revogou o aumento do IOF para aplicações em fundos nacionais fora do Brasil. O decreto foi revogado poucas horas após a publicação, em uma tentativa de conter a crise de imagem gerada pelo anúncio. A confusão na comunicação oficial também foi alvo de críticas, com alguns analistas destacando a falta de planejamento na divulgação das medidas.
Memes e manifestações nas redes sociais
Além das críticas formais, memes envolvendo o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, voltaram a circular nas redes sociais, com nomes como “Taxadadd”, “Taxad” e “Zé do Taxão”. Comediantes também usaram o espaço para zombar da medida, aumentando a repercussão negativa na esfera digital.
Segundo relatório divulgado pelo site IG Economia, o recuo do governo evidencia a sensibilidade da medida frente à forte oposição social e política. A tentativa de ajustar a comunicação e evitar nova crise deverá marcar os próximos passos do Executivo na condução da política tributária.