Brasil, 23 de maio de 2025
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Quaquá cobra fidelidade do PT a Paes após derrota na Câmara

Washington Quaquá pede unidade da bancada petista após adiamento de projeto sobre armamento da Guarda Municipal no Rio.

No cenário político do Rio de Janeiro, a tensão entre as alas do Partido dos Trabalhadores (PT) tem se intensificado. O vice-presidente nacional do PT e prefeito de Maricá, Washington Quaquá, fez uma cobrança contundente à bancada do partido na Câmara dos Vereadores, exigindo fidelidade ao prefeito Eduardo Paes (PSD). O apelo veio após uma reviravolta que resultou no adiamento da votação de um projeto de lei crucial, que regulamentaria o armamento da Guarda Municipal e a contratação de agentes temporários.

A crítica e a situação atual

Quaquá expressou suas preocupações durante uma entrevista na quinta-feira (22), enfatizando a necessidade de coesão dentro da legenda. Com a votação do projeto adiada, ele ressaltou que a aliança entre o PT e o prefeito Paes precisa ser tratada como um “casamento”, que deve ser defendido “na alegria e na tristeza”. Segundo o prefeito, a unidade do partido é essencial, principalmente considerando as futuras eleições de 2026, onde o PT pretende apoiar uma possível candidatura de Paes ao governo do estado.

O prefeito deixou claro que não pode haver dissensão por parte dos vereadores do PT, especialmente em relação a um projeto de tamanha importância como o armamento da Guarda Municipal. “O que não pode é a maioria dos vereadores do PT votar contra o governo”, afirmou Quaquá, sublinhando que a questão do armamento é de extrema relevância para a segurança pública da cidade.

Consequências para vereadores infiéis

Além das críticas, Quaquá propôs medidas drásticas contra os vereadores petistas que se mostraram infiéis. Ele sugeriu que a direção municipal do PT deveria suspender os direitos partidários desses membros, retirar quaisquer cargos de representação que ocupem na Câmara e no partido e até abrir um processo disciplinar. Também recomendou que Paes exonere aliados desses vereadores que ainda ocupam cargos em sua administração. “Se os parlamentares estiverem insatisfeitos, a porta de saída está aberta”, declarou Quaquá, deixando claro que não toleraria a deslealdade.

A derrota do governo e suas repercussões

A derrota na votação foi consequência de uma articulação entre o PT, o PSOL, o União Brasil e o PL, que uniram forças para apresentar uma emenda modificativa ao projeto original da prefeitura. Essa emenda fez com que a proposta voltasse à estaca zero na tramitação. O texto inicial incluía mudanças significativas, como a reestruturação da Guarda Municipal, que passaria a se chamar “Força Municipal de Segurança”, bem como a regulamentação do uso de armamento — uma autorização já concedida por uma lei aprovada em abril deste ano.

Divisões internas no PT

A cobrança de Washington Quaquá acontece em um contexto de racha interno no PT do Rio de Janeiro, em meio a disputas pelo comando estadual e municipal do partido. Quaquá lidera a ala pragmática, que apoia a candidatura de seu filho, Diego Zeidan, para a presidência do PT no estado, além de Alberes Lima para o diretório municipal. Esta divisão é visível, principalmente no contraste entre sua postura e a de outro grupo ideológico, liderado por nomes como Lindbergh Farias e Benedita da Silva, que comooparam a candidatura do deputado federal Reimont para a presidência estadual da legenda.

Essa situação indica que, enquanto o PT se prepara para um ciclo eleitoral desafiador, a unidade dentro do partido pode ser o fator decisivo para garantir que seus membros sigam uma linha coerente, evitando divisões que podem prejudicar sua atuação e influência nas próximas eleições.

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