Brasil, 24 de maio de 2025
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Petróleo: Brasil e EUA trocam as maiores exportações e importações em 2024

O petróleo bruto lidera as exportações do Brasil para os EUA e figura na sexta colocação nas importações americanas em 2024, demonstrando troca de commodities.

Em 2024, o óleo bruto de petróleo ocupa a primeira posição na lista de produtos brasileiros exportados para os Estados Unidos. No mesmo ano, ele aparece na sexta colocação entre as importações americanas feitas pelo Brasil, evidenciando um intercâmbio significativo na commodity. Apesar de parecer contraditório, essa dinâmica é regida por variáveis comerciais distintas, como a qualidade do petróleo e as necessidades específicas de cada país.

Padrão de exportação e características do petróleo brasileiro

O petróleo brasileiro exportado para os EUA, majoritariamente do pré-sal, possui teor moderado a baixo de enxofre e é considerado de alta qualidade, com maior valor agregado. Segundo Mahatma Ramos dos Santos, diretor técnico do Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (Ineep), trata-se de um petróleo leve, de menor pegada de carbono, que exige processos de refino menos complexos.

Diferenças na origem e características do petróleo americano

O petróleo importado dos EUA também apresenta características distintas. Quando há demanda e viabilidade econômica, a Petrobras importa óleos leves do Golfo americano, com qualidade diferente dos produzidos no Brasil, para complementar suas refinarias. Roberto Ardenghy, presidente do Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP), explica que a configuração técnica de cada refinaria e o tipo de petróleo processado determinam as decisões de compra, que não seguem um balanço simples de volume.

Fatores que influenciam as trocas comerciais de petróleo

O volume e o valor das exportações e importações refletem uma combinação de demanda, composição técnica das refinarias e estratégias comerciais. Segundo Ardenghy, o parque de refino brasileiro operando com um blend adequado torna o comércio de petróleo mais eficiente economicamente. Ele destaca ainda que o Brasil, no ano passado, exportou US$7,5 bilhões em petróleo bruto e óleos combustíveis, crescendo 23,1% em faturamento, enquanto as vendas dos EUA ao Brasil caíram 18% e 9,2%, respectivamente.

Dados de comércio exterior e tendências futuras

Dados do Monitor do Comércio Brasil – EUA, da Câmara Americana de Comércio, mostram que, em 2024, mais da metade da produção de petróleo do Brasil foi destinada à exportação, principalmente para China e EUA. João Victor Marques Cardoso, pesquisador da FGV Energia, avalia que o país consolidou sua posição como exportador de petróleo, tornando-se uma alternativa ao fornecimento europeu, especialmente após as sanções à Rússia devido à guerra na Ucrânia.

Com o crescimento das exportações, a participação da Petrobras nesse comércio caiu de 43% em 2021 para 38% em 2024, e sua fatia nas vendas ao exterior recuou de 42% para 17%, segundo Cardoso. Apesar disso, a Petrobras segue com resultados positivos, exportando volumes que excedem a necessidade de refino nacional, o que mantém o Brasil como player relevante no mercado mundial de petróleo.

Perspectivas e desafios do setor petrolífero

O futuro do comércio de petróleo entre Brasil e EUA depende da reposição de reservas em ambos os países, especialmente até cerca de 2030, período em que se espera picos de produção. Especialistas destacam que a transição energética deve manter o petróleo como uma participação relevante até 2050, com óleos de menor pegada de carbono ganhando vantagem no mercado global.

O parque de refino nacional, ao possibilitar o processamento de blends variados, pode se tornar estratégico para ampliar a comercialização de derivados de maior valor agregado, fortalecendo a balança comercial e gerando empregos qualificados. Como aponta Ramos dos Santos, a configuração técnico-econômica do setor é fundamental para a manutenção dessa dinâmica.

Mais detalhes sobre as trocas comerciais e análises de cenário podem ser conferidos neste link oficial.

Tags: petróleo, comércio exterior, Brasil, EUA, exportações, importações, mercado de petróleo

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