A Petrobras assinou um acordo para reassumir a posse e a produção de duas fábricas de fertilizantes, localizadas em Camaçari, na Bahia, e em Laranjeiras, em Sergipe, que estavam paradas desde 2023. As unidades estão arrendadas à iniciativa privada desde 2020, mas a estatal busca retomar o controle para fortalecer a produção doméstica de fertilizantes nitrogenados, essenciais para o setor agrícola brasileiro.
Fim da disputa e passos iniciais
A confirmação da Petrobras foi feita por meio de comunicado ao mercado, onde a estatal afirmou que o acordo envolve a Proquigel, subsidiária da Unigel, uma das maiores empresas químicas do país, com atuação também no México. O documento prevê o encerramento das controvérsias contratuais e litígios existentes entre as partes.
Para que o acordo entre em vigor, é necessário que seja homologado pelo Tribunal Arbitral, uma alternativa de resolução de conflitos por arbitragem. A Petrobras e a Proquigel já solicitaram essa homologação, que permitirá a retomada formal das operações.
Recuperação das fábricas e perspectivas de retomada
As duas plantas de fertilizantes foram arrendadas pela Petrobras à Proquigel em 2019, mas ficaram paradas devido a dificuldades financeiras da iniciativa privada. A retomada segue o plano de negócios da estatal, que busca aproveitar a produção de produtos nitrogenados, como ureia, para atender ao mercado brasileiro.
Após a homologação do acordo, a Petrobras planeja realizar uma licitação para contratar serviços de operação e manutenção das fábricas, visando garantir sua operação contínua e eficiente.
Importância dos fertilizantes nitrogenados para a agricultura brasileira
Os fertilizantes nitrogenados, como ureia, são amplamente utilizados por produtores agrícolas. A produção desses insumos, atualmente dependente de importações, é altamente vinculada ao gás natural, matéria-prima produzida pela Petrobras.
O Brasil é um dos principais consumidores mundiais de fertilizantes e importa cerca de 80% do volume utilizado, o que reforça a importância de revitalizar a produção nacional. Em maio de 2024, a presidente da Petrobras, Magda Chambriard, destacou o interesse da estatal em investir na produção doméstica de fertilizantes, visando reduzir essa dependência.
Reativação de fábricas e geração de empregos
Além das duas fábricas em questão, a Petrobras reativou, em agosto do ano passado, a unidade de fertilizantes Araucária Nitrogenados S.A. (Ansa), no Paraná, que havia fechado em 2020. A reativação contou com um investimento de R$870 milhões e contou com a presença do presidente Lula em cerimônia oficial.
A fábrica de Sergipe possui capacidade de produzir 1,8 mil toneladas de ureia por dia, além de comercializar amônia, gás carbônico e sulfato de amônio. Já a unidade da Bahia tem capacidade de produção de 1,3 mil toneladas diárias de ureia, além de operar na venda de amônia, gás carbônico e Arla 32, agente redutor líquido automotivo.
Enquanto as negociações estão em curso, a Federação Única dos Trabalhadores (FUP), que representa sindicatos ligados à Petrobras, comemorou a retomada das operações e estima a criação de cerca de 2,4 mil empregos diretos e indiretos nas duas unidades. A previsão é que as operações possam ser reestabelecidas a partir de outubro deste ano.
Perspectivas futuras para a cadeia de fertilizantes
O retorno das fábricas faz parte do planejamento estratégico da Petrobras, que busca captar valor por meio da produção e comercialização de produtos nitrogenados, conciliando com sua atuação em óleo e gás natural, além de apoiar a transição energética. A iniciativa é vista como uma oportunidade de fortalecer a segurança e autonomia do Brasil na produção de insumos agrícolas essenciais.
Para mais informações, acesse a fonte oficial da Agência Brasil.