Brasil, 23 de maio de 2025
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Petrobras mantém redução de 40% nas emissões de gases de efeito estufa até 2024

Em 2024, emissões absolutas da Petrobras ficaram em 47 milhões de toneladas de CO₂, com metas para atingir neutralidade até 2050

As emissões absolutas de gases de efeito estufa (GEE) da Petrobras em 2024 atingiram 47 milhões de toneladas de dióxido de carbono (CO₂). Os dados, divulgados nesta sexta-feira (23), pelo Caderno de Mudança do Clima, mostram uma estabilidade em relação aos 48 milhões de toneladas em 2022 e 46 milhões em 2023, consolidando uma redução de 40% comparado a 2015.

Compromisso com a transição energética e metas de longo prazo

Apesar de ter estabelecido a meta de reduzir em 30% suas emissões até 2030 em relação a 2015, a Petrobras trabalha com a ambição de manter essa redução em 40% até o fim da década. A estratégia visa alcançar a neutralidade de carbono até 2050, conforme reafirmado no documento atualizado, que destaca esforços de exploração, produção e comercialização de combustíveis com menor impacto ambiental.

“Esse caderno reforça o compromisso de transparência da Petrobras”, afirma Mauricio Tolmasquim, diretor de Transição Energética e Sustentabilidade, em entrevista exclusiva à Agência Brasil. Ele explica que a companhia busca equilibrar a necessidade de crescimento energético com a redução de pegada de carbono, considerando a demanda mundial por petróleo.

Avanços em redução de emissões e ações de eficiência

Segundo Tolmasquim, a Petrobras planeja colocar em operação até 2030 dez novos FPSO (navios-plataforma), sem aumentar as emissões de GEE, por meio de ações de eficiência operacional, substituição de energia e uso de tecnologias mais limpas. Além disso, a reinjeção de CO₂ em campos de pré-sal atingiu um volume recorde de 14,2 milhões de toneladas em 2024, objetivo de potencializar a captura e armazenamento do gás.

“Nosso consumo de CO₂ por barril de petróleo é menor que a média mundial, chegando a apenas 10 kg por barril no pré-sal”, destaca Tolmasquim, reforçando o compromisso de reduzir o impacto ambiental mesmo com o aumento da produção.

Peso da pegada de carbono e uso de créditos

A pegada de carbono da Petrobras representa cerca de 3% das emissões brasileiras, incluindo as diretas e indiretas, relacionadas à geração de energia. Caso as melhorias nos processos internos não sejam suficientes, a empresa poderá adquirir créditos de mercado de carbono, pagando por esforços de captura realizados por terceiros.

“Vamos priorizar medidas internas, mas podemos usar créditos de carbono se necessário”, explica o diretor, que também revelou a compra de R$ 450 milhões em créditos na região da Amazônia, como parte do esforço de compensação.

Resultados em redução de metano e ações de captura

Em 2024, a Petrobras atingiu seu melhor resultado histórico na emissão de metano, com 0,20 toneladas por mil toneladas de hidrocarbonetos produzidos, uma redução de 70% em relação a 2015. Essas conquistas decorrem de ações de eficiência, controle de perdas e o aumento na reinjeção de CO₂ em seus campos, por meio da tecnologia CCUS.

“Técnicas como o REC (Reinjeção de CO₂) ajudam a evitar emissões na atmosfera”, explica Tolmasquim, que ressalta o uso de tecnologia de ponta para reduzir o impacto ambiental nas operações.

Investimentos em energias de baixo carbono e futuro sustentável

Ao longo de 2024, a Petrobras investiu cerca de US$ 600 milhões em iniciativas de baixo carbono. Para o período 2025-2029, o plano é destinar US$ 16,3 bilhões a projetos de energia sustentável, incluindo energias renováveis, novos combustíveis verdes e inovação tecnológica.

Um fundo de US$ 1,3 bilhão reserva recursos para apoiar tecnologias menos emissoras, com 34 projetos atualmente em andamento, capazes de evitar a emissão de 1,5 milhão de toneladas de CO₂ ao ano — equivalente à captura dessas emissões de uma refinaria ou três plataformas.

Resiliência dos projetos e cenário econômico

Todos os projetos passam por análises de resiliência econômica, que avaliam sua rentabilidade em diferentes cenários de mercado e preços do petróleo. Tolmasquim destaca que 98% desses investimentos continuam lucrativos mesmo diante de um cenário de redução de preços.

Em relação às margens de exploração futuras, como a Margem Equatorial e a Bacia de Pelotas, o diretor afirma que ainda é cedo para projetar níveis de emissão por barril, pois a fase atual é de pesquisa e avaliação de potencialidade. Ele garante que as novas fronteiras terão tecnologia de ponta para minimizar impactos ambientais.

Compromisso institucional e continuidade das ações

Apesar de mudanças na equipe de liderança, Tolmasquim reforça que todos os projetos de descarbonização e redução de emissões permanecem protegidos por planos internos que visam manter os objetivos estabelecidos. “Tudo está institucionalizado, e as metas serão seguidas independentemente de quem esteja à frente”, afirma.

Questionado sobre futuros investimentos no mercado de etanol e tecnologias alternativas, ele revela que a Petrobras está em estágio avançado de retomada no setor, especialmente em projetos de etanol, visando ampliar a participação de combustíveis mais verdes na matriz energética brasileira.

Perspectivas para o futuro

A parceria com setores de energia renovável, o fortalecimento de tecnologias de captura de carbono e o desenvolvimento de combustíveis sustentáveis marcam a estratégia da Petrobras rumo a uma transição energética sustentável, consolidando o compromisso de alcançar a neutralidade de carbono até 2050.

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