No dia 8 de maio, Porto Ferreira (SP) foi palco de um crime brutal que chocou a comunidade local. Josemar da Silva, de 38 anos, matou a facadas o cachorro da ex-esposa, Emilly Talita Rodrigues, de 24 anos, após ela se recusar a reatar o relacionamento. O animal, Theodoro, era muito querido por Emilly, e a perda deixou profundas marcas. Atualmente, Josemar é considerado foragido, com a prisão preventiva decretada pela Justiça, e as autoridades ainda tentam localizá-lo.
Uma nova esperança para Emilly
Para amenizar a dor da perda, Emilly recebeu um novo cachorro da mesma raça, um spitz chamado Valentim. A doação ocorreu no dia 15 de maio, uma semana após o assassinato de Theodoro. Segundo Emilly, a chegada do novo pet tem trazido conforto e alegria para sua vida, ajudando-a a superar a tragédia que vivenciou. “Eu jamais vou esquecer o que aconteceu. O Theodoro é lembrado o tempo todo, mas o Valentim confortou bastante meu coração”, relatou Emilly.
A nova conexão entre Emilly e Valentim é tão forte que ela frequentemente compartilha momentos do filhote em suas redes sociais. “Ele já não desgruda de mim. Onde eu vou, ele vai. Está sendo muito bom para distraí-los, e isso foi ótimo para meus irmãos também”, contou a jovem. A história da doação do novo pet é comovente: uma amiga de Emilly entrou em contato, oferecendo o cachorro por meio de uma equipe de doadores que realiza ações semelhantes a cada ano.
Repercussão do crime e busca por justiça
O assassinato de Theodoro repercutiu intensamente nas redes sociais e na cidade. A brutalidade do ato não apenas comoveu amigos e familiares, mas também gerou discussões sobre a violência doméstica e os direitos dos animais. O homem que cometeu o crime permanece foragido, e Emilly continua temerosa quanto à sua segurança. “Estou preocupada com isso, porque os dias estão passando e nada dele. Ainda tenho medo de sair na rua”, expressou.
Emilly também está se mudando para a casa materna e realizando terapia para lidar com o trauma que o crime a deixou. “Está sendo bem difícil para mim. A cada vez que entro nas redes sociais, revivo aquela cena”, lamentou. A jovem se sente vulnerável e insegura, especialmente após ter presenciado o assassinato de seu amigo de quatro patas, um sentimento que a persegue diariamente.
O ex-marido e suas ameaças
A relação entre Emilly e Josemar tornou-se instável após o término do relacionamento. Emilly relata que ele ameaçou seu cachorro, afirmando que faria da vida dela um inferno. “Ele já tinha mandado mensagens me ameaçando. Quando cheguei em casa, ele estava me esperando na porta. Tentei avisar os vizinhos e buscar ajuda, mas ele não me deixou”, contou.
A última abordagem de Josemar culminou na tragédia, e Emilly ficou em estado de choque, sem conseguir intervir para salvar Theodoro. “Eu tentei puxar, mas não consegui. Ele levou a faca e arremessou o Theodoro no terreno ao lado”, completou com a voz embargada. O caso é um reflexo da necessidade de se ter um sistema de apoio eficaz para pessoas que sofrem violencia domestica, e o assassinato de um animal de estimação destaca a brutalidade que alguns indivíduos são capazes de infligir em nome do controle e do ódio.
Medidas de proteção e advocacy
Emilly conseguiu uma medida protetiva contra Josemar, o que significa que ele deve se manter a uma certa distância dela. No entanto, a jovem ainda enfrenta o impacto emocional e psicológico dessa experiência, e está empenhada em buscar justiça. “Estou à espera de que ele se entregue, porque minha vida está parada”, afirmou.
A Polícia Civil continua as investigações e incentiva a população a denunciar casos de violência e maus-tratos a animais. Denúncias podem ser feitas pelo Disque-Denúncia ou pelo 190 (Polícia Militar). Apesar da dor e do trauma, a busca por justiça e por um futuro mais seguro continua a ser a prioridade de Emilly, agora acompanhado pelo seu novo amigo Valentim, que traz um vislumbre de esperança em meio à tragédia.
