Brasil, 23 de maio de 2025
BroadCast DO POVO. Serviço de notícias para veículos de comunicação com disponibilzação de conteúdo.
Publicidade
Publicidade

Morre o fotógrafo Sebastião Salgado, aos 81 anos

O renomado fotojornalista Sebastião Salgado morreu em Paris, aos 81 anos, gerando luto e reflexão sobre seu legado ambiental.

O fotojornalista Sebastião Salgado, uma das figuras mais icônicas da fotografia mundial, faleceu na sexta-feira (23) em Paris, onde residia. Com 81 anos, Salgado enfrentava complicações de saúde relacionadas a uma malária contraída nos anos 90. Em uma entrevista exclusiva ao The Guardian em fevereiro de 2024, ele afirmou estar “próximo da morte” e expressou não desejar viver por muito mais tempo. “Já vivi tanto e vi tantas coisas”, declarou, mostrando-se reflexivo sobre sua trajetória e o futuro da humanidade.

A visão de Salgado sobre a humanidade e o planeta

Na mesma entrevista, o fotógrafo brasileiro manifestou preocupação com o destino do nosso planeta. “Sou pessimista em relação à humanidade, mas otimista em relação ao planeta. Está cada vez mais fácil para o planeta nos eliminar”, disse ele, suas palavras reverberando uma inquietude comum entre muitos ambientalistas atuais.

A morte de Salgado repercutiu profundamente entre admiradores de seu trabalho e personalidades do meio artístico, que o consideravam um ícone da denúncia social e da preservação ambiental. O Instituto Terra, fundado por ele e sua esposa, Lélia Deluiz Wanick Salgado, divulgou uma nota oficial lamentando sua morte. “Com imenso pesar, comunicamos o falecimento de Sebastião Salgado, nosso fundador, mestre e eterno inspirador”, afirmaram.

Legado de ativismo e restauração ambiental

O Instituto destacou especificamente o impacto do trabalho de Salgado na restauração ambiental em Minas Gerais, onde ele e Lélia criaram um projeto de reflorestamento que mudou a paisagem de áreas devastadas. “Semeou esperança onde havia devastação e fez florescer a ideia de que a restauração ambiental é também um gesto profundo de amor pela humanidade”, complementou a nota, reiterando a missão que sempre guiou o fotógrafo: unir arte e ativismo.

No final da vida, Salgado já havia aceitado a proximidade de sua morte. “Sei que não viverei muito mais. Mas não quero viver muito mais”, disse ele em uma de suas declarações, palavras que tocaram o coração de seus admiradores e admiradoras.

Reconhecimento mundial e impacto da obra de Salgado

Reconhecido globalmente, Sebastião Salgado trabalhou ao longo de sua carreira com temas como conflitos, migrações e desigualdades sociais, utilizando magnas imagens em preto e branco que tocaram gerações. Sua ética visual e comprometimento com as causas sociais resultaram na conquista de prêmios internacionais e exposições em museus renomados ao redor do mundo.

Para muitos, Salgado não era apenas um fotojornalista; ele era um contador de histórias e um defensor dos direitos humanos, cuja lente expôs as realidades mais difíceis e comoventes do nosso tempo. Seu legado continuará a inspirar novas gerações de fotógrafos e ativistas.

Em meio ao luto pela perda de Salgado, fica a reflexão sobre a importância de seu trabalho e a necessidade urgente de ações em prol da preservação ambiental e do bem-estar humano. Como ele mesmo disse num momento de profunda sabedoria, o planeta pode se recuperar, mas é a humanidade que precisa mudar para que essa recuperação ocorra.

Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil

PUBLICIDADE

Institucional

Anunciantes