As exportações brasileiras de produtos da indústria de transformação para os Estados Unidos alcançaram US$ 31,59 bilhões em 2024, representando 78,3% do total de vendas ao país. Esse valor demonstra uma crescente presença do setor no mercado americano, que vem aumentando desde 2021, quando somaram US$ 25,52 bilhões, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços.
Principais produtos exportados aos EUA
Entre os itens mais exportados estão óleo bruto de petróleo, ferro e aço semiacabados, sucos de frutas, aeronaves, celulose e carne bovina industrializada. Tatiana Lacerda Prazeres, secretária de Comércio Exterior do ministério, destaca que atualmente há 10 mil empresas brasileiras exportando para os EUA, o que representa o maior número em 200 anos de relação bilateral. “Esse fato evidencia o fortalecimento da nossa base exportadora e a diversificação regional e setorial dessa relação”, afirma Prazeres.
Participação das manufaturados na pauta de exportação
Nos últimos anos, a participação dos manufaturados brasileiros nas exportações para os EUA vem crescendo. Em 2022, representava 16,3% do total, passando para 17,4% em 2024 e chegando a 18% no primeiro trimestre de 2025. Essa tendência reflete o fortalecimento do setor industrial brasileiro no mercado americano, considerado o maior importador mundial de bens manufaturados.
Perspectivas e desafios nas negociações comerciais
Apesar das tarifas de 10% impostas pelo governo dos EUA em abril deste ano, há uma expectativa de que as negociações entre Brasil e Estados Unidos possam resultar em resultados favoráveis às exportações brasileiras. Fabrizio Panzini, diretor da Amcham, acredita que a “racionalidade vai vencer” e que o país conseguirá negociar boas condições para ampliar suas vendas.
Segundo ele, as exportações do setor de transformação do Brasil podem fechar o ano com participação de cerca de 18% no mercado americano, mesmo com adversidades comerciais. Fernando Ribeiro, do Ipea, lembra que os EUA possuem tarifas de importação menores do que a média mundial, o que favorece as exportações brasileiras.
Oportunidades setoriais e estratégias para expansão
Empresas brasileiras de setores como calçados e têxtil estão otimistas, especialmente devido às altas tarifas de China e às possibilidades de aumento de vendas nos EUA. Welber Barral, sócio da BMJ Consultores, destaca que disputas comerciais internacionais podem abrir espaço para empresas nacionais, enquanto Alessandra Ribeiro, da Tendências Consultoria, alerta sobre os riscos de aumento de tarifas na China e no México.
Para ampliar receitas nos EUA, é fundamental investir em tecnologia, marketing e fortalecimento de canais comerciais, reforça Lia Valls Pereira, da FGV-IBRE. Ela também destaca a importância de aumentar a produtividade e consolidar a marca junto aos fornecedores.
Impacto da relação comercial e próximos passos
A relação entre Brasil e EUA, que já é a mais significativa em termos de exportação de manufaturados, tende a se consolidar ainda mais. A abertura de eventos como o Summit Brazil-USA em Nova York reforça o diálogo entre líderes e empresários, buscando fortalecer os laços comerciais. Recentemente, o Brasil bateu recorde nas exportações de manufaturados para os EUA, o que sinaliza o potencial de crescimento contínuo dessa parceria.
Para saber mais sobre os desdobramentos dessa relação, acesse o artigo completo no Jornal O Globo.