Brasil, 23 de maio de 2025
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Eduardo Bolsonaro aconselha EUA a não interferirem em Moraes

Deputado federal criticou possíveis sanções dos EUA contra o ministro do STF e ressaltou a autonomia judicial brasileira.

Na última quinta-feira, o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) manifestou-se sobre a possibilidade de sanções dos Estados Unidos contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Ele advertiu que “não se metam”, referindo-se às autoridades americanas, enfatizando que se trata de uma “guerra particular” do magistrado. Essa declaração surge no contexto de um alerta do governo dos EUA sobre possíveis punições em resposta à atuação de Moraes, acusado por alguns de abusos de poder.

Atenção internacional à Lei Magnitsky

Eduardo Bolsonaro afirmou que as sanções poderiam incluir restrições como bloqueio de vistos e proibição de usar cartões de crédito com bandeiras americanas. O deputado também destacou que qualquer pessoa associada a Moraes poderia sofrer consequências semelhantes. Segundo ele, o ministro, “embebedado de poder”, estaria interferindo em jurisdições que não pertencem ao Brasil.

A utilização da Lei Magnitsky está no centro desse possível confronto. Essa legislação, criada para combater a corrupção e violações de direitos humanos, permite que os EUA sancionem qualquer indivíduo, independentemente da nacionalidade, que cometa crimes graves. Eduardo reforçou que Moraes poderá enfrentar consequências severas, tanto pessoais quanto profissionais, caso as sanções sejam implementadas. “Moraes terá contas a pagar, e a partir daí, a gente vai ter um novo cenário brasileiro”, declarou à CNN.

Implicações das sanções

As sanções que poderiam ser impostas pela Lei Magnitsky são numerosas e impactam de maneira significativa a vida dos alvos. Dentre as consequências, estão:

  • Congelamento de bens sob jurisdição americana;
  • Cartões bloqueados, impossibilitando transações financeiras;
  • Proibição de entrada nos Estados Unidos;
  • Proibições de negociações com empresas e cidadãos americanos;
  • Suspensão de redes sociais, incluindo serviços essenciais como Gmail e Google Drive.

Essas sanções, se aplicadas, afetariam drasticamente a vida do ministro, promovendo um dilema sobre a autonomia do Judiciário brasileiro diante de pressões externas.

Reações no Brasil

Eduardo Bolsonaro não foi o único a se manifestar sobre a situação. O senador Flávio Bolsonaro compartilhou o comentário do deputado nas redes sociais, ressaltando que “não há mal que dure para sempre”. Além disso, a Comissão de Direito Constitucional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) divulgou uma nota repudiando qualquer sanção ou pressão externa sobre as decisões judiciais brasileiras. A OAB anunciou que “a soberania nacional e a independência dos poderes são pilares fundamentais do direito internacional” e que qualquer intervenção estrangeira deve ser considerada uma violação a esses princípios.

O presidente da comissão, Marcus Vinícius Furtado Coêlho, reforçou a ideia de que o Brasil deve manter sua autonomia judicial, sem aceitar ingerências externas. De acordo com ele, a situação atual envolve um “alarmante declínio dos direitos humanos no Brasil”, com alegações de perseguição política e tentativas de silenciar a oposição e a mídia.

Críticas de Gilmar Mendes

O ministro Gilmar Mendes, também do STF, criticou publicamente a atuação de “agentes estrangeiros” que tentam influenciar o Judiciário brasileiro, afirmando que a jurisdição doméstica deve ser respeitada. Ele defendeu que cabe a cada nação decidir como proteger sua democracia e que a experiência brasileira deve servir de aprendizado contra a extremização das opiniões e ações. “Não se pode admitir que agentes estrangeiros cerceiem o exercício da jurisdição doméstica na tutela de garantias constitucionais”, concluiu.

Dessa forma, a situação envolvendo Alexandre de Moraes, Eduardo Bolsonaro e as potenciais sanções americanas levanta questões profundas sobre a autonomia da Justiça brasileira e as complexidades da interação entre nações em tempos de tensões políticas.

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