As últimas movimentações dentro da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) evidenciam um cenário de divisão e conflito entre os clubes, especialmente nas Séries A e B. A tentativa de mobilização dos 40 clubes para unificar uma candidatura nas próximas eleições da CBF não colheu os frutos desejados e expôs as fissuras que cortam o futebol nacional. Com 21 clubes se unindo em um boicote ao pleito, entre eles os gigantes Flamengo e Fluminense, o cenário se torna cada vez mais complexo.
A polarização no futebol brasileiro
Enquanto Flamengo e Fluminense optaram por se manter ao lado da resistência, outros clubes como Vasco, Botafogo e Palmeiras decidiram se aliar ao candidato único, Samir Xaud. Essa divergência não é meramente política, mas reflete a desconfiança e as relações de força históricas que permeiam o futebol brasileiro. O boicote, liderado por clubes que se sentiram excluídos do processo, busca contestar a legitimidade da escolha de Xaud, evidenciando a insatisfação com o domínio das federações estaduais perante os clubes.
Reclamações sobre o processo eleitoral
Os clubes dissidentes acusam a atual gestão da CBF de falta de diálogo e de imposição de decisões que favorecem apenas um pequeno grupo. A insatisfação é palpável e culmina em uma saia justa para Xaud, que tenta se aproximar dos clubes que optaram pelo boicote. A exigência central permanece: uma reformulação no método de votação que conceda maior voz e peso aos clubes diretamente envolvidos na formação dos atletas e no sucesso do futebol brasileiro.
A nova ordem nacional: fla-flu x palmeiras e vasco
As divisões se acentuam e configuram uma nova ordem no futebol nacional. Flamengo e Palmeiras, que outrora disputavam o poder na Liga que será implementada em 2027, agora se posicionam em lados opostos nesta questão eleitoral. Leila Pereira, presidente do Palmeiras, foi a primeira a manifestar apoio a Samir Xaud, enquanto o Flamengo adotou uma postura mais cautelosa, optando pela abstenção e alegando falta de diálogo sobre a escolha para a presidência da CBF.
Outros clubes, como São Paulo, Corinthians e Santos, também são avessos às promessas feitas por Xaud, indicando um sentimento de desconfiança com relação ao candidato. Esses clubes ressaltam a necessidade de um processo mais transparente e inclusivo em detrimento das manobras que caracterizaram a política na entidade máxima do futebol brasileiro.
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Os últimos dias da disputa eleitoral
Conforme o processo eleitoral se aproxima, novas alianças estão sendo formadas. Samir Xaud e o seu opositor, Reinaldo Carneiro Bastos, demonstram um acirramento nas conversas. Xaud busca garantir que sua campanha não enfrente surpresas, enquanto a divisão entre os clubes persiste. Na noite anterior à data limite para registro de chapas, 21 clubes decidiram manter sua posição de abstenção, manifestando a urgência de mudanças significativas em relação ao calendário e à arbitragem.
A nota divulgada pelos clubes dissidentes reflete o compromisso de estar prontos para um diálogo construtivo com a nova gestão, visando alterações que beneficiem a todos. O sentimento predominante é de que o processo eleitoral e a forma como a CBF opera precisam ser modernizados e democratizados, para que não apenas um grupo seleto de clubes tenha suas pautas priorizadas.
Com a próxima eleição, o futuro do futebol brasileiro poderá ser moldado por essas disputas e divisões. A esperança dos clubes é que os novos dirigentes compreendam a importância de uma governança mais inclusiva e que priorize o coletivo sobre o individual.