Brasil, 23 de maio de 2025
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Café brasileiro se destaca no mercado dos Estados Unidos

O café brasileiro mantém sua liderança nas exportações para os EUA, mesmo diante de desafios tarifários e novas tendências de consumo.

O café, uma das commodities mais simbólicas do Brasil, segue como protagonista no mercado internacional, especialmente nos Estados Unidos, que se consolida como o maior consumidor dessa bebida no mundo. De janeiro a abril deste ano, os americanos importaram 2,3 milhões de sacas de café verde brasileiro, reafirmando a liderança histórica do país nas aquisições desse produto. Enquanto a Alemanha ocupa a segunda posição no ranking com 1,7 milhão de sacas, a demanda por cafés especiais nos EUA, aqueles com qualidade superior ou com certificação de sustentabilidade, vem crescendo significativamente.

O crescimento do consumo de cafés especiais

Segundo dados da Associação Nacional de Café (NCA) dos EUA, gigantes como Coca-Cola, Nestlé e Starbucks fazem parte do mercado que mais consome café no mundo. Um levantamento recente revela que os americanos, em média, consomem três xícaras de café por dia, e quase metade da população adulta (46%) já experimentou algum tipo de café especial no início do ano, um aumento em relação aos 39% registrados em 2020. Não surpreende, portanto, que a popularidade de bebidas geladas e métodos de extração como cold brew tenha crescido 42% nos últimos cinco anos.

Marcos Matos, presidente do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), comenta: “O café atingiu o patamar recorde de 76% de penetração nos lares americanos. Há um vasto mercado a ser atendido, mesmo com os desafios da geopolítica.” A confiança dos consumidores americanos na qualidade do produto brasileiro é reforçada pela estrutura da cadeia produtiva, que promove a sustentabilidade e a diversidade das regiões produtores.

Desafios e oportunidades no mercado americano

Apesar dos avanços, o Brasil, que é responsável por 40% do volume de café verde consumido no mundo, ainda enfrenta desafios em termos de faturamento global, mantendo apenas 2,7% desse mercado. O presidente da Abic, Pavel Cardoso, destaca que, no último ano, o Brasil exportou somente 4 mil sacas de café industrializado, ou seja, 0,1% do total. “Precisamos agregar valor ao nosso produto” — afirma.

Recentemente, o café brasileiro começou a ser taxado em 10% pelo governo americano, uma das várias taxas impostas a produtos brasileiros. Apesar disso, Cardoso acredita que o consumo nos EUA permanecerá forte, citando a conexão emocional dos americanos com a bebida como um fator de resiliência. Ele ressalta: “O consumidor americano deve seguir firme devido à paixão pela bebida.”

Preferências e tendências de consumo

Além das tendências voltadas para cafés gelados, os americanos também estão se aventurando a consumir cafés mais sofisticados. A Associação Brasileira de Cafés Especiais (BSCA) observou que os jovens americanos têm se mostrado mais interessados em cafés de terroir, procurando experiências sensoriais únicas. “Os jovens estão buscando experiências diferentes com o café,” diz Carmem Lucia Chaves de Brito, presidente da BSCA.

A entidade tem utilizado feiras internacionais para promover blends exclusivos de microrregiões brasileiras, prevendo um aumento de 25% na exportação de cafés especiais neste ano. Brito enfatiza que “a demanda sobe mesmo com a pressão dos preços historicamente elevados”, demonstrando uma expectativa otimista mesmo diante de um cenário econômico desafiador.

Este aumento no consumo de cafés diferenciados nos EUA se reflete não apenas na preferência por produtos de alta qualidade, mas também na mudança dos hábitos de consumo, onde as bebidas geladas e inovadoras estão atraindo novos públicos. A conexão entre as regiões produtoras brasileiras e as preferências do consumidor americano é uma possibilidade que pode ser explorada a longo prazo.

Olhar para o futuro

A indústria do café no Brasil tem se mostrado resiliente e adaptativa, buscando novos caminhos para fortalecer sua presença no mercado internacional. O investimento em marketing para o produto acabado é um passo importante para elevar a percepção do café brasileiro no exterior. Tal estratégia pode ajudar a alcançar um público mais amplo e possibilitar um melhor retorno financeiro e a valorização da marca.

Nos próximos anos, será crucial para o Brasil não apenas acompanhar as tendências do mercado, mas também se adaptar às exigências dos consumidores. Uma governança robusta e um compromisso contínuo com a qualidade e a sustentabilidade serão essenciais para garantir que o café brasileiro continue a ser o favorito nos lares americanos e ao redor do mundo.

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