O BTG Pactual anunciou a venda de terrenos localizados no centro histórico do Recife para a Moura Dubeux, a maior incorporadora do Nordeste. Esses terrenos foram adquiridos pelo banco de André Esteves em um leilão judicial em 2021 por quase R$ 261 milhões. A área, que pertencia à Queiroz Galvão — um dos principais alvos da Operação Lava Jato — estava em recuperação judicial na época do leilão e agora será integrada ao ambicioso projeto Novo Recife.
O projeto Novo Recife e suas ambições
Batizado de Novo Recife, o projeto é o maior empreendimento da história da Moura Dubeux e promete transformar a área por meio de intervenções urbanas e revitalização de espaços públicos. O conceito do projeto foi apresentado no início da década passada e enfrentou diversas disputas judiciais. No entanto, o impulso atual indica um progresso significativo na execução das obras.
Recentemente, a incorporadora lançou um novo empreendimento na região do Cais José Estelita, com um Valor Geral de Vendas (VGV) estimado em R$ 480 milhões. Em declarações à imprensa, a Moura Dubeux destacou que já havia lançado outros dois empreendimentos na área, e há projeção de um quarto lançamento nos próximos meses, totalizando aproximadamente R$ 3 bilhões em VGV. As obras de infraestrutura das áreas públicas do projeto estão agendadas para começar nas próximas semanas.
A relação entre BTG e Moura Dubeux
Ao adquirir os terrenos da Queiroz Galvão, o BTG Pactual retirou do jogo um sócio que enfrentava dificuldades financeiras, fortalecendo, assim, a viabilidade econômica do projeto Novo Recife. Naquele momento, a Moura Dubeux já esperava comprar a área e garantir financiamento para as obras junto ao próprio BTG, demonstrando uma sinergia estratégica entre as duas empresas.
Atualmente, as duas partes estão formalizando a conclusão desse arranjo. O BTG está vendendo para a Moura Dubeux uma participação de 33,33% na sociedade Novo Recife, que é responsável por gerenciar o projeto. A pernambucana GL, pertencente ao empresário Gerson Lucena, detém outro terço do projeto, completando a estrutura societária que governará esta iniciativa monumental.
O impacto econômico e social da venda
Essa venda representa não só um fortalecimento do projeto Novo Recife, mas também um passo importante para a revitalização de uma das regiões mais históricas da cidade. O projeto visa melhorar a infraestrutura urbana, oferecendo novos espaços públicos e oportunidades de habitação e comércio, podendo gerar empregos e impulsionar a economia local.
Sediada no Recife, a Moura Dubeux está avaliada em R$ 1,5 bilhão na Bolsa, o que destaca seu papel proeminente no mercado imobiliário da região. Essa transação é um indicativo do potencial de crescimento e desenvolvimento da empresa, assim como do comprometimento com a revitalização e melhoria da qualidade de vida na capital pernambucana.
À medida que o projeto Novo Recife avança, observa-se uma expectativa crescente por parte dos moradores e investidores sobre os benefícios que essa reestruturação trará não apenas em termos de desenvolvimento urbano, mas também em relação à preservação da história e identidade cultural da cidade.
A estreita colaboração entre o BTG Pactual e a Moura Dubeux, além de fomentar a criação de um moderno espaço urbano, redefine o futuro de uma área rica em história e potencial, alinhando interesses econômicos e sociais de maneira construtiva.