Uma emocionante descoberta foi feita nesta semana durante uma expedição no arquipélago de Alcatrazes, localizado a 40 quilômetros da costa de São Sebastião, no Litoral Norte de São Paulo. Um grupo de pesquisadores e agentes de conservação avistou um impressionante cardume de mais de 70 tubarões, incluindo cerca de 50 tubarões-martelo e outras 20 espécies variadas. O fato não apenas destaca a biodivercidade da região, como também reforça a importância dos esforços de preservação realizados ali.
Descoberta significativa para a biodiversidade marinha
O registro foi feito por representantes do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e pesquisadores do Projeto Mar de Alcatrazes, vinculado ao Centro de Biologia Marinha da Universidade de São Paulo (CEBIMAR). A expedição tinha como propósito monitorar o Coral Sol, uma espécie exótica, além de realizar a troca de um equipamento (Tidbit) usado para capturar dados abióticos na coluna d’água.
De acordo com Carolina Ferreira, uma das oceanógrafas envolvidas na missão, o avistamento aconteceu logo pela manhã de quarta-feira, dia 21 de fevereiro. “Assim que chegamos, por volta das 8h30, já iniciamos o monitoramento. Os mergulhadores logo notaram a presença do cardume e todos nós entramos na água para ver de perto os tubarões”, contou Carolina, visivelmente emocionada.
A variedade de espécies observadas
Além dos tubarões-martelo, a equipe também avistou tubarões-seda, um cardume impressionante com mais de 50 raias conhecidas como ticonha, além de peixes-enxada e outras criaturas marinhas. Esses avistamentos são comuns, segundo Thais Rodrigues, chefe do ICMBio, que afirma que o fluxo crescente de animais na região é um sinal positivo do sucesso das iniciativas de proteção ambiental.
“Esses avistamentos ocorreram com mais frequência devido à proteção que vem sendo implementada no arquipélago. Para que essas espécies apareçam, o ambiente deve estar equilibrado, com uma abundância significativa de outras espécies que servem como alimento para elas”, explicou Thais.
O arquipélago de Alcatrazes e a preservação das espécies ameaçadas
O arquipélago, que agora cobre uma área de aproximadamente 700 km² – um aumento de quase 30 vezes desde 2016 – é conhecido por ser um santuário para diversas espécies marinhas, incluindo tubarões ameaçados de extinção. Desde a proibição da pesca na área e a necessidade de autorização para visitas, os pesquisadores têm registrado um aumento significativo na diversidade da fauna local.
Nos últimos dois anos, cientistas e pesquisadores têm documentado a presença de tubarões, com registros de sete espécies diferentes. Entre elas estão o tubarão galhudo-malhado, o tubarão-mangona, o tubarão-cinzento e o tubarão-seda. Segundo o professor Fábio Motta da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), esse crescimento na diversidade marinha não pode ser ignorado.
“Os nossos estudos mostram que a presença desses animais no arquipélago está aumentando consideravelmente. Isso indica que as ações de conservação estão surtindo efeito e proporcionando um ambiente mais saudável para a vida marinha”, declarou Motta.
Importância da preservação para o ecossistema marinho
A preservação do arquipélago de Alcatrazes é fundamental não apenas para a manutenção das espécies marinhas, mas também para a saúde dos ecossistemas costeiros como um todo. A interação entre tubarões, raias e outras espécies desempenha um papel central na dinâmica ecológica, contribuindo para um ambiente marinho equilibrado e produtivo.
O avistamento recente dos tubarões-maertelo e de outras espécies na área destaca a necessidade contínua de esforços de conservação e educação ambiental. Esses resultados positivos são um incentivo para os profissionais da pesquisa e conservação, bem como para a comunidade que envolve o turismo sustentável na região.
Com a contínua exploração e os desafios impostos pela mudança climática, a proteção de ambientes como o arquipélago de Alcatrazes se torna ainda mais crucial. Iniciativas responsáveis e colaborativas são essenciais para garantir que as futuras gerações possam também admirar a rica biodiversidade desses oceanos.
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