Na noite desta quinta-feira (22), o secretário de Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite, formalizou sua troca de partido, passando do PL do ex-presidente Jair Bolsonaro para o Progressistas. A cerimônia ocorreu no Vila JK, centro de eventos em São Paulo, com a presença do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) e de representantes de diversas bancadas, incluindo PL, PP, União Brasil e Podemos.
Uma nova trajetória política
Guilherme Derrite foi aplaudido no evento por sua atuação à frente da segurança pública no estado. Sua gestão tem sido elogiada por alguns pela redução de indicadores de criminalidade, enquanto outros a criticam devido ao aumento da letalidade policial e a recorrentes cenas de abuso policial. Derrite já foi anunciado como um dos potenciais candidatos ao Senado nas eleições de 2026, na mesma corrida que Eduardo Bolsonaro, atual deputado federal pelo PL.
Valdemar Costa Neto, presidente do PL, comentou sobre a decisão de liberar Derrite para se filiar ao Progressistas: “Ele deve ser candidato ao Senado pelo PP. Precisávamos liberá-lo, pois ele precisa participar do partido antes da campanha.” Costa Neto ainda expressou confiança na candidatura de Eduardo Bolsonaro, acreditando que ele tem uma vaga praticamente garantida na disputa.
Cena política em transformação
O evento também contou com a participação de outras figuras políticas influentes, como Gilberto Kassab, secretário de Governo e Relações Institucionais do estado, e Antônio Rueda, presidente do União Brasil. Tarcísio fez questão de parabenizar o Progressistas pela “aquisição” de Derrite, ressaltando que a federação com o União Brasil fortaleceu o grupo político. O governador destacou a necessidade de unidade perante os desafios eleitorais: “Pra quem tem dúvidas se esse grupo vai estar unido, fica aqui um simbolismo.”
Em suas declarações, Ciro Nogueira afirmou que, no próximo ano, a prioridade é conquistar as duas vagas ao Senado para o grupo. Ele comentou: “Vai ter uma soma de interesses, com dois senadores muito combativos.” A disputa pelo Senado se intensifica, especialmente se Tarcísio decidir concorrer à presidência, o que mudaria a dinâmica das candidaturas no estado.
Um acordo estratégico
Durante seu discurso, Derrite mencionou que sua migração para o Progressistas resultou de um acordo partidário, destinado a garantir que uma vaga ficasse com o PL e outra com o PP. Estreando na política pelo PP, ele se destacou durante sua trajetória no Corpo de Bombeiros antes de entrar na política, inspirado por seu antigo comandante. Em 2018, decidiu ser candidato a deputado federal, e, ao tentar a reeleição em 2022, filiou-se ao PL. É importante notar que a saída de Derrite do PL pode estar ligada ao apoio do PP ao ex-governador Rodrigo Garcia, mas a relação entre ele e o atual governador permaneceu próxima.
A leitura na estratégia político-partidária sugere que a entrada de Derrite no PP pode criar uma base sólida para uma chapa de centro-direita nas próximas eleições, especialmente se Tarcísio optar pela reeleição. Dentro dessa perspectiva, as vagas a serem disputadas incluirão governador, vice e duas candidaturas ao Senado. O objetivo é fortalecer a candidatura de Derrite, que possui uma gestão controversa, com índices de letalidade policial disparados em São Paulo.
Apesar das críticas a sua gestão, com aumento significativo na letalidade policial no último ano, Derrite continua a ser visto como uma figura central nas articulações políticas no estado, especialmente com um cenário eleitoral cada vez mais acirrado. A expectativa é que seu papel no Progressistas não só traga uma nova perspectiva para a segurança pública, mas também para as próximas eleições.