Brasil, 22 de maio de 2025
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Queda de 4,9% no faturamento das PMEs em abril de 2025

Pequenas e médias empresas enfrentam desafios, com queda no faturamento de abril e o comércio se destacando como setor resistente.

As pequenas e médias empresas (PMEs) no Brasil enfrentaram uma despencada de 4,9% em seu faturamento durante o mês de abril de 2025, em comparação com o mesmo período do ano anterior. Este dado alarmante foi publicado pelo Índice Omie de Desempenho Econômico das PMEs (IODE-PMEs). No acumulado do ano, a queda se registra em 2,2%, embora o setor de Comércio tenha demonstrado um crescimento de 5,6%, mitigando uma possível retração ainda maior.

Desempenho das PMEs e o IODE-PMEs

O IODE-PMEs atua como um barômetro da economia das empresas que possuem um faturamento anual limitado a até R$ 50 milhões, monitorando 736 atividades que estão distribuídas entre quatro setores principais: Comércio, Indústria, Infraestrutura e Serviços. Essa análise permite uma visão abrangente do cenário econômico e dos desafios enfrentados por essas empresas frente a um ambiente econômico instável.

De acordo com Felipe Beraldi, gerente de Indicadores e Estudos Econômicos da Omie, a queda no faturamento de abril pode ser, em parte, atribuída ao “efeito calendário”. “Abril de 2024 teve 22 dias úteis, enquanto este ano foram apenas 20. Esse fator teve um impacto direto no faturamento de diversos segmentos,” explica Beraldi.

Ao considerar esse efeito, a movimentação média diária das contas a receber das PMEs registrou uma queda moderada de 0,4% em relação a abril de 2024, mas houve um crescimento de 0,5% comparado a março, sugerindo uma potencial recuperação no horizonte.

Setores em destaque: Comércio, Serviços e Indústria

O setor de Comércio apresentou a menor retração, com uma variação de -0,5% quando comparado ao ano anterior, após registrar um crescimento de 2,9% em março. O desempenho positivo foi principalmente impulsionado pelo setor de ‘comércio e reparação de veículos’, que cresceu expressivos 14,1% ao longo do ano. Contudo, segmentos atacadista e varejista enfrentaram quedas de 0,9% e 3,1%, respectivamente, sendo que o varejo acumula sua segunda queda consecutiva. Alguns nichos, no entanto, continuam a prosperar, como o atacado de café em grão, bebidas, materiais de construção e o varejo de equipamentos de escritório, produtos alimentícios e artigos de papelaria.

No setor de Serviços, houve uma queda de 1,6% no faturamento em abril, interrompendo uma sequência de meses com resultados positivos. Esse recuo foi atenuado por segmentos como ‘informação e comunicação’ e ‘atividades administrativas e serviços complementares’. Contudo, áreas cruciais como ‘educação’ e ‘alimentação’ não conseguiram manter um desempenho favorável e registraram resultados negativos.

A Indústria, por sua vez, enfrenta um desafio ainda maior, acumulando seu sexto mês consecutivo de queda, com uma redução de 8,7% na comparação anual. Entre os 23 subsetores da indústria de transformação analisados, apenas quatro mostraram crescimento, incluindo ‘produtos químicos’ e ‘produtos de borracha e material plástico’. Infelizmente, setores como ‘metalurgia’ e ‘fabricação de máquinas e equipamentos’ puxaram para baixo a média geral.

Impacto econômico e perspectivas futuras

A situação do setor de Infraestrutura também foi preocupante, apresentando uma retração de 6,9%. Isso reflete um ambiente macroeconômico mais restritivo, que impacta atividades que dependem de investimento e crédito. Segmentos como ‘construção de edifícios’ e ‘serviços especializados para construção’ foram os mais atingidos, evidenciando a vulnerabilidade do setor às condições financeiras desfavoráveis.

Beraldi ressalta que o contexto macroeconômico brasileiro continua desafiador, caracterizado por pressões inflacionárias constantes e um ciclo prolongado de aumento na taxa básica de juros promovido pelo Banco Central. No entanto, há uma nova luz no horizonte, com mudanças nas expectativas do mercado.

“A desaceleração do IPCA reforçou a percepção de que o ciclo de alta da Selic pode estar próximo do fim. Essa sinalização, aliada à melhora nas projeções de inflação de médio prazo apresentadas pelo Boletim Focus, pode aliviar parte das pressões, especialmente no que diz respeito ao acesso ao crédito, criando um ambiente mais favorável para as PMEs nos próximos meses,” finaliza Beraldi.

Em face de um cenário desafiador, o futuro das PMEs no Brasil dependerá de políticas eficazes que incentivem o crescimento e a recuperação desses negócios vitais para a economia do país.

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