Brasil, 23 de maio de 2025
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Mudanças no IOF podem encarecer investimentos de brasileiros no exterior

Novas alíquotas do Imposto de Operações Financeiras podem impactar compras e remessas internacionais, segundo o Ministério da Fazenda.

As recentes alterações implementadas pelo governo no Imposto de Operações Financeiras (IOF), que incide sobre as operações de câmbio, têm gerado preocupações quanto ao seu impacto nas aquisições e investimentos dos brasileiros no exterior. Com uma nova alíquota uniforme de 3,5% para diversas operações, as mudanças podem dificultar a saída de recursos do país e encarecer a compra de moeda estrangeira.

A nova alíquota do IOF e suas implicações

Com a publicação de um decreto nesta quinta-feira, o Ministério da Fazenda decidiu uniformizar a alíquota do IOF nas operações de câmbio, estabelecendo-a em 3,5%. Essa taxa anteriormente era de 6,38%, antes de ser gradualmente reduzida em um plano que visava a zero até o final da década. Apesar da redução inicial, a atualização atual resulta em um ligeiro aumento em relação à taxa de 3,38% vigente neste ano.

A mudança não se limita a apenas um aspecto; abrange também as remessas de fundos de investimento para o exterior, que antes eram isentas. Agora, essa operação também será tributada com a nova alíquota. Não foram divulgadas estimativas específicas sobre a arrecadação relacionada a essas alterações, mas a previsão é que as mudanças no IOF resultem em R$ 20,5 bilhões em 2025 e R$ 41 bilhões em 2026.

Justificativas do governo para as alterações

Os secretários da Fazenda argumentam que a unificação das alíquotas visa eliminar distorções que criavam concorrência desleal entre os usuários de cartões de crédito emitidos por bancos brasileiros e os que possuem contas no exterior. O secretário da Receita Federal, Robinson Barreirinhas, declarou que não é do interesse do governo facilitar a abertura de contas no exterior e, consequentemente, a movimentação de recursos fora do Brasil.

“Estamos unificando a tributação de todos os brasileiros”, afirmou Barreirinhas. Ele acrescentou que a medida corrige o que considerou uma injustiça fiscal, onde alguns brasileiros se beneficiavam com taxas mais baixas por optarem por contas no exterior.

Repercussões no mercado financeiro

A principal mudança que vem gerando críticas no mercado financeiro se refere à taxação sobre as remessas de fundos de investimento. O novo imposto pode inviabilizar as operações de diversas gestoras de recursos que trabalham com investimentos no exterior. O secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Dario Durigan, indicou que o governo está aberto ao diálogo para revisar os efeitos da nova medida.

Além disso, o secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron, destacou que o incentivo à saída de recursos do país não está mais em linha com os objetivos atuais de política econômica. O governo acredita que, em um ambiente de tributação mais regular, ações que fomentam a volatilidade cambial podem ser minimizadas, favorecendo um planejamento mais estável para investimentos de longo prazo.

Impacto nas operações de cartão internacional e remessas

Com as novas alíquotas, situações anteriores de isenção, como a cobrança de 1,1% sobre remessas de dinheiro para contas do contribuinte no exterior, também foram alteradas. Essa alteração encarece a utilização de cartões de crédito internacionais e outras formas de transações, impactando diretamente no poder de compra dos brasileiros no exterior.

A priorização dada pelo governo para evitar a saída de capital do Brasil é amplamente debatida, considerando a relevância das operações internacionais para muitos investidores e viajantes. A movimentação desses recursos é vista como uma oportunidade de crescimento e diversificação de investimentos que podem beneficiar a economia como um todo.

Embora a ação do governo tenha como meta a padronização tributária e o combate à elisão fiscal, a repercussão negativa no mercado financeiro indica que é um tema delicado que requer um balanceamento adequado entre arrecadação e incentivos necessários para manter o investimento em território nacional.

Com as mudanças em vigor e a abertura do governo ao diálogo, o futuro das operações financeiras no Brasil e a capacidade de investimentos dos cidadãos brasileiros no exterior permanecem em um constante estado de análise e adaptação.

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