Brasil, 22 de maio de 2025
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HALO Trust inicia limpeza de Palmira após guerra civil síria

Após a devastação causada pelo Estado Islâmico, a HALO Trust busca limpar Palmira de perigos ocultos para o retorno dos sírios.

Dez anos após a queda de Palmira para o autoproclamado Estado Islâmico, e com os sírios retornando às suas cidades após a queda do regime de Assad, a HALO Trust está começando a olhar para a cidade síria com a perspectiva de limpá-la de artefatos bélicos não detonados.

Há dez anos, o autoproclamado Estado Islâmico ocupou e destruiu a maior parte da cidade síria de Palmira. Agora quase totalmente deserta, a localidade de impressionante importância histórica carrega o peso da guerra civil síria em seus escombros e no deserto que a cerca. Outrora um movimentado centro da antiga Rota da Seda, esta encruzilhada de civilizações sofreu danos catastróficos. Embora sua destruição, ironicamente, tenha revelado sua beleza e levado aqueles que nunca a conheceram a sentirem sua falta, também deixou um legado mortal. Minas terrestres e artefatos explosivos não detonados (UXOs) são uma ameaça iminente à vida daqueles que, no horizonte de uma nova aurora política, ousam para lá retornar.

Damian O’Brien, diretor nacional das operações da HALO Trust na Síria, acaba de retornar da cidade antiga. Como a maior instituição de caridade do mundo para remoção de minas terrestres, a presença da HALO na Síria, especialmente após a queda do regime de Assad, é mais preciosa do que nunca. Já operando no noroeste do país, a perspectiva de trazer de volta a vida ao que antes era uma cidade tão sofisticada e próspera é uma tarefa difícil, mas que O’Brien está confiante que pode ser alcançada.

Palmira hoje

Em entrevista ao Vatican News, O’Brien descreve Palmira hoje e a tarefa que os aguarda: “Quando a visitei, subi a um forte no topo de uma colina com vista para o sítio principal e encontrei jornais russos datados de 2024, mostrando que recentemente soldados estrangeiros estiveram lá”. O’Brien descreve os danos no forte, mas admite não ser capaz de precisar o quanto foi causado ao restante do sítio, pois não o havia visitado antes da guerra. Partes dele ainda estão visivelmente de pé, confirma. “Mas o que é perceptível – acrescenta – é a destruição da cidade moderna de Palmira”, que havia sido desenvolvida paralelamente ao sítio histórico. “Suas casas, hotéis e vilas foram destruídos por ataques aéreos, projéteis de artilharia e fogo de armas de pequeno porte.”

Como Palmira ainda não foi pesquisada – o que significa que nenhuma avaliação formal e sistemática foi realizada para identificar e mapear a localização de minas terrestres, artefatos explosivos não-detonados ou outros resíduos explosivos de guerra na área – O’Brien alerta que estão acontecendo acidentes, e esta é a primeira indicação clara de que ali há artefatos e que as pessoas que para ali retornam estão sendo atingidas por eles quando explodem.

A perspectiva de reassentamento

Como peça central do patrimônio da Síria, Palmira gerou muitos empregos no passado e, “como muitos lugares no país, precisará ser reconstruída, o que levará muito tempo”. Tendo trabalhado em várias partes do país, O’Brien está ciente dos desafios que tem pela frente em Palmira, onde, como em grande parte da Síria, propriedades privadas e infraestrutura estão em ruínas. “É um desafio assustador retornar”, diz ele.

Muitos sírios passaram anos no exterior e podem hesitar em retornar sem garantias de estabilidade, empregos ou serviços básicos. Ao contrário de Aleppo, onde algumas áreas permanecem habitáveis, a moderna cidade de Palmira ainda é totalmente inabitável – embora, acrescenta, ainda permaneçam alguns comerciantes resistentes.

Minas no deserto

Mas hoje, o desafio que Palmira enfrenta não é apenas como reconstruir suas estruturas físicas, mas também como remover os artefatos letais enterrados em suas areias. Situada no deserto, aproximadamente a meio caminho entre Damasco e a fronteira com o Iraque, Palmira é cercada por vastas áreas escassamente povoadas, contaminadas com minas terrestres e dispositivos explosivos improvisados. Ao contrário do noroeste do país, onde as linhas de frente foram claramente traçadas e mapeadas pelo Exército Sírio, o centro e o leste da Síria apresentam um quadro mais complexo. “Ao redor de Palmira, o controle mudou entre diferentes grupos armados”, explica O’Brien. “Não vimos os mapas dessas áreas, então o levantamento topográfico será muito mais desafiador.”

Na ausência de registros claros, cada pedaço de terreno deve ser cuidadosamente avaliado. Tecnicamente, ele afirma, trata-se de um tipo de desminagem diferente do que está sendo feito no noroeste. E embora Palmira tenha se mantido relativamente tranquila nos últimos anos, os riscos permanecem – tanto acima quanto abaixo da superfície. “Nem todos os dispositivos explosivos detonam como pretendido”, afirma. “Ainda pode haver granadas, morteiros e até armas lançadas por via aérea escondidas em casas e prédios.”

Sem a capacidade de eliminar completamente esses riscos antes do retorno das pessoas, aqueles que retornam – seja para reconstruir ou simplesmente para ver o que resta – correm o risco de enfrentar uma violência muito semelhante àquela da qual fugiram.

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