Uma análise genética recente confirmou que a cepa do vírus da gripe aviária, detectada em uma granja comercial de Montenegro, na Região Metropolitana de Porto Alegre, é a mesma que circulou na Estação Ecológica do Taim, em Santa Vitória do Palmar, no Sul do Rio Grande do Sul, há dois anos. A informação foi compartilhada pela diretora do Departamento de Vigilância e Defesa Sanitária Animal da Secretaria da Agricultura do estado.
Entenda a situação da gripe aviária no RS
A cepa do H5N1, um subtipo do vírus Influenza, afeta predominantemente aves e pode ser classificada em dois grupos: os de baixa patogenicidade (LPAI) e os de alta patogenicidade (HPAI). A preocupação é maior em relação aos vírus que causam surtos severos entre as aves, levando a consequências graves para a avicultura e, potencialmente, para a saúde pública.
No dia 21 de maio, o governo do Rio Grande do Sul anunciou que o trabalho de desinfecção na granja afetada foi concluído. De acordo com o Ministério da Agricultura, a probabilidade de o vírus ter se espalhado para outras propriedades é considerada baixa. As ações de fiscalização e monitoramento na região seguem o seu curso.
Desinfecção e monitoramento na granja em Montenegro
A limpeza da granja começou no dia 18 e se estendeu até o dia 21, quando foi iniciado o que é conhecido como período de “vazio sanitário”, que terá a duração de 28 dias. Durante este tempo, se não houver novos casos confirmados, o Brasil será considerado livre da gripe aviária.
Maciel Moreira, secretário-adjunto de Comércio e Relações Internacionais do Ministério da Agricultura, destacou a importância deste período. “Hoje [quinta-feira] começa a contagem dos 28 dias,” afirmou, ressaltando que esse intervalo é crucial para garantir que não restem vestígios do vírus no ambiente, permitindo a futura retomada das atividades na granja em segurança.
O que vem a seguir?
A vigilância sanitária na região não diminuirá. O número de barreiras sanitárias em locais próximos à granja será reduzido de sete para quatro a partir da sexta-feira, dia 23, indicando que a situação está sob controle. As barreiras funcionam como pontos de controle onde veículos que transportam cargas potencialmente infectadas — como caminhões de animais vivos, de ração ou de leite — são obrigados a parar para limpeza.
Além disso, a partir do dia 23, será reiniciada a inspeção em propriedades rurais dentro de um raio de 3 km da granja onde houve o surto. A cada três dias, essas propriedades serão vistoriadas, enquanto as que estão a 10 km de distância receberão inspeções semanais, conforme estabelece o protocolo de segurança.
Vigilância constante para a saúde pública
A saúde pública e a segurança da avicultura na região são prioridades absolutas. Com a continuidade das fiscalizações, a intenção é prevenir novos casos e garantir que a cepa do vírus não se espalhe ainda mais. A colaboração entre os órgãos de saúde, produtores e a sociedade é essencial para conter a gripe aviária e preservar a saúde de aves e seres humanos.
A pesquisa e a vigilância contínua são fundamentais, especialmente em um cenário de aumento de surtos de vírus em animais. A troca de informações entre os governos e as instituições pode permitir uma resposta mais ágil e eficaz caso novas ameaças surjam.
Assim, o governo do Rio Grande do Sul reafirma seu compromisso com a saúde pública e a segurança alimentar, adotando medidas rigorosas e monitoramento constante para garantir que surtos como este sejam rapidamente controlados e que a avicultura do estado permaneça saudável e livre de doenças.