Na última quinta-feira, o governo brasileiro anunciou uma mudança significativa que afetará os consumidores que realizam compras no exterior. O Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) aplicável a cartões de crédito, débito internacional, cartões pré-pagos e cheques de viagem sobe de 3,38% para 3,5%. Essa medida tem como objetivo principal ajudar a fechar as contas públicas de 2025 e se desvia da direção que o governo anterior havia tomado, buscando eliminar a cobrança desse imposto
Aumento do IOF: detalhes e categorias afetadas
A nova cobrança representa um aumento notável para quem realiza transações internacionais, uma vez que o IOF cobrado até então era de 3,38%. Com a mudança, agora todas as modalidades de transações no exterior, incluindo cartão de crédito e débito internacional, terão um novo imposto de 3,5%. As alterações contemplam também a remessa de recursos para contas de brasileiros no exterior e a compra de moeda em espécie nas casas de câmbio, que sofrerão um aumento de 1,1% para 3,5%.
IOF em transações
Modalidade | Como era | Como vai ficar |
Cartões de crédito e débito internacional | 3,38% | 3,5% |
Cartão pré-pago internacional e cheques de viagem para gastos pessoais | 3,38% | 3,5% |
Remessa de recurso para conta do contribuinte brasileiro no exterior | 1,1% | 3,5% |
Compra de moeda em espécie em casas de câmbio | 1,1% | 3,5% |
A política econômica do governo Lula e o fim das promessas anteriores
Essa decisão surpreende muitos, especialmente considerando que a administração anterior tinha como prioridade a adesão do Brasil à Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Durante a gestão do ex-ministro Paulo Guedes, surgiu um compromisso de eliminar gradualmente a cobrança do IOF, com o objetivo de potencializar a inserção do Brasil nesse “clube dos ricos”, promovendo melhorias no ambiente econômico nacional.
A OCDE exige a redução dos impostos sobre transações financeiras internacionais, e o governo Bolsonaro havia prometido zerar o IOF até 2029. O pedido de adesão à organização foi feito ainda durante o governo de Michel Temer e reforçado sob a presidência de Jair Bolsonaro, evidenciando um esforço contínuo para harmonizar a economia brasileira com padrões internacionais.
Reação de especialistas e implicações futuras
O aumento na arrecadação por meio do IOF levanta preocupações entre economistas e especialistas em política fiscal. Muitos destacam que essa taxa adicional poderá desincentivar viagens ao exterior e impactar negativamente o turismo, um setor já fragilizado pela pandemia. A medida é vista como um fardo adicional para os cidadãos brasileiros que buscam se manter conectados com o mundo globalizado. Além disso, a medida pretende repercutir diretamente nos comportamentos de consumo, uma vez que o encarecimento das transações pode levar a uma redução nos gastos em moeda estrangeira.
Entre as reações, há também aqueles que argumentam que o aumento do IOF pode ser uma estratégia necessária para equilibrar as contas públicas, especialmente em um momento em que a demanda por mais despesas sociais cresce. Contudo, a expectativa é que o governo reanalise essa postura, considerando as consequências a longo prazo sobre as relações comerciais internacionais e o impacto na imagem do Brasil perante instituições financeiras globais.
À medida que as discussões sobre a política fiscal se intensificam, cidadãos e empresários estarão atentos às próximas movimentações do governo Lula, que prometeu amplas reformas econômicas. O futuro das transmissões financeiras no Brasil e a possibilidade de um alinhamento regional e internacional com as taxas de IOF continuarão a ser um ponto central nas notícias econômicas nos próximos meses.