Brasil, 23 de maio de 2025
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Antigo DOPS no Rio pode se tornar centro de memória da ditadura

Procuradorias sugerem devolução do prédio para preservação da história.

O antigo prédio do Departamento de Ordem Política e Social (DOPS), localizado no Rio de Janeiro, pode ganhar um novo propósito: se transformar em um centro de memória dedicado à divulgação da história da ditadura militar no Brasil. A proposta surgiu após mais de 15 anos de abandono do local, que deveria ter sido utilizado para atividades policiais, segundo doação feita pela União ao estado.

História do DOPS e suas implicações

O DOPS, criado durante o regime militar, foi uma instituição que se destacou por sua atuação repressora e por violações aos direitos humanos. Desde o fim da ditadura, os cidadãos têm solicitado que espaços que abrigaram práticas autoritárias se tornem locais de memória, onde as novas gerações possam aprender sobre os erros do passado. Assim, a transformação do antigo DOPS em um centro de memória se alinha a essa demanda social.

Segundo o procurador regional dos Direitos do Cidadão adjunto, Júlio Araújo, “a União doou o prédio ao estado com fim de que fosse dedicado ao serviço policia, e isso não vem ocorrendo há mais de 15 anos. Além disso, esse prédio não tem sido devidamente preservado.” A falta de uso e a deterioração da estrutura são evidências de que o patrimônio histórico está sendo negligenciado, reforçando a necessidade de uma nova finalidade para o espaço.

Proposta de revitalização e preservação

A recomendação feita pela procuradoria e grupos de direitos humanos é que a estrutura seja devolvida à União. O objetivo é que, a partir da devolução, seja implantado um centro de memória naquele espaço. Esse centro se tornaria um ponto de referência para educação e reflexão sobre os direitos humanos e as histórias de resistência durante a era militar.

De acordo com especialistas, espaços como o antigo DOPS são fundamentais para a construção de uma sociedade mais justa e democrática. “Preservar a memória histórica é um dever de todos nós. Não podemos esquecer os abusos que ocorreram. Transformar esse local em um centro de memória será uma forma de honrar as vítimas e educar as futuras gerações sobre a importância dos direitos humanos”, disse a historiadora Ana Oliveira.

Reação da sociedade

A proposta tem gerado reações diversas na sociedade carioca. Enquanto muitos apoiam a iniciativa, outros questionam se é apropriado investir em um centro de memória quando há tantas necessidades urgentes na área de segurança pública. “Não podemos esquecer do que aconteceu, mas também precisamos pagar os nossos policiais adequadamente e garantir a segurança da população”, comentou um segurança que preferiu não se identificar.

A importância do espaço para a memória coletiva

A transformação do DOPS em um centro de memória poderia servir como um espaço de reflexão e aprendizado para toda a população. Exposições, palestras e atividades educativas poderiam ser desenvolvidas, permitindo uma análise crítica sobre o passado e promovendo diálogos sobre os direitos humanos no Brasil contemporâneo.

Além disso, a criação do centro ajudaria na busca por justiça para os desaparecidos e perseguidos políticos durante a ditadura. Muitas pessoas ainda buscam respostas sobre o que aconteceu com seus entes queridos e um centro de memória poderia ajudar na visibilidade dessas questões.

Próximos passos para a implementação

Embora a recomendação para a transformação do prédio do DOPS em um centro de memória já tenha sido feita, o processo ainda está em estágios iniciais. As partes envolvidas deverão discutir e planejar a forma como a devolução do imóvel para a União será realizada e estabelecer como será a proposta de revitalização do espaço. Mobilizações da sociedade civil e de grupos de direitos humanos serão fundamentais para que essa transformação aconteça de forma efetiva.

A expectativa é que, ao transformá-lo em um centro de memória, o antigo DOPS não apenas preserve a história, mas também se torne um símbolo de resistência e luta pela justiça social e pelos direitos humanos no Brasil.

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