No último domingo (18), pichações com teor nazista foram descobertas na parede do Diretório Acadêmico da Universidade Estadual Paulista (Unesp), localizada em Presidente Prudente, São Paulo. As mensagens foram escritas com tinta vermelha e causaram indignação entre alunos e professores da instituição. Um representante da universidade registrou um Boletim de Ocorrência na Delegacia Participativa da Polícia Civil na tarde de terça-feira (20).
Investigação em andamento
Segundo o relato do funcionário da Unesp, imagens capturadas pelo sistema de monitoramento do campus mostram a chegada de duas pessoas, um homem e uma mulher, ao local onde as pichações foram feitas. As imagens indicam que eles pularam a grade do campus para realizar o ato de vandalismo. O Boletim de Ocorrência menciona que as mensagens grafitadas incluíam expressões como “Hi Hitler”, “88” e “1488”, além do símbolo da suástica, todos amplamente associados ao nazismo.
Significado das mensagens nazistas
O número “14” refere-se a uma expressão supremacista conhecida como “14 palavras”, que, traduzida, quer dizer “devemos assegurar a existência de nosso povo e um futuro para as crianças brancas”. Já o número “88” é um código usado por grupos neonazistas; ele representa a expressão “Heil Hitler”, visto que a letra H é a oitava do alfabeto. Essa simbologia expõe a ideologia extremista que ainda persiste em algumas partes da sociedade.
Repercussão na comunidade acadêmica
O ato de vandalismo foi amplamente condenado por representantes estudantis e professores da Unesp. O Diretório Acadêmico 3 de Maio, por meio de suas redes sociais, expressou repúdio à manifestação de ódio. A instituição se posicionou a favor da diversidade e do respeito, reforçando a necessidade de um ambiente seguro e inclusivo para todos os alunos.
“É inaceitável que em pleno século XXI ainda tenhamos que lidar com manifestações de ódio e intolerância. A Unesp é um espaço de liberdade e respeito à diversidade, e não há espaço para ideologias que promovem o ódio”, afirmou uma representante do Diretório.
Ação da polícia e do Instituto de Criminalística
Após o registro do Boletim de Ocorrência, a Polícia Civil se mobilizou para investigar o caso, enquadrando os autores das pichações em dois crimes: pichação e divulgação de ideias nazistas. O Instituto de Criminalística foi acionado para realizar a perícia no local, a fim de coletar provas que possam ajudar na identificação e responsabilização dos infratores.
Importância da conscientização
Casos como esse ressaltam a necessidade urgente de discutir e combater a intolerância e o extremismo, especialmente dentro de ambientes educacionais. Universidades têm um papel crucial na formação crítica de seus alunos, promovendo debates sobre cidadania, direitos humanos e inclusão.
A sociedade civil e a comunidade acadêmica devem se unir em esforços para erradicar comportamentos de ódio e promover a educação como ferramenta de transformação social. A repercussão deste caso é um indicativo de que as ideias extremistas não têm lugar na sociedade e que devemos permanecer vigilantes e proativos na defesa da diversidade e da inclusão.
O caso segue em investigação, e espera-se que as autoridades policiais consigam identificar os responsáveis e que medidas sejam tomadas para evitar a repetição de atos similares.
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